Scheidt e Prada prosseguem campanha olímpica na Europa

Depois dos títulos da três competições que já disputaram em 2011,  Robert Scheidt e Bruno Prada,  seguem para uma série de competições fora do País / Foto: LocalSão Paulo - Depois dos títulos da três competições que já disputaram em 2011, o mais recente deles a Semana Brasileira de Vela, e da conquista da vaga na equipe olímpica brasileira de vela, Robert Scheidt e Bruno Prada, líderes do ranking mundial da classe Star, seguem para uma série de competições fora do País.

No exterior, os velejadores vão se preparar para o compromisso mais importante da temporada, o Mundial de Perth, na Austrália, em dezembro, em que lutarão pela classificação do Brasil para a Olimpíada de Londres, em 2012. Antes, em agosto, vão participar do evento-teste para os Jogos, em Weymouth (ING), nas mesmas raias que serão utilizadas nas disputas do programa olímpico da vela.

Para Robert Scheidt, o início da temporada com vitórias serve de motivação para 2011. "Foi um começo maravilhoso. Todos os principais velejadores do mundo estavam na Rolex Miami OCR e a sorte esteve do nosso lado naquele evento. Mas temos de ter os pés no chão. Confirmamos nossa boa fase em Florianópolis, na Semana Brasileira de Vela. Velejar contra o Torben (Grael) nunca é fácil, mas a gente conseguiu se defender e atacar quando foi preciso", afirmou Scheidt.

O proeiro Bruno Prada observou que a vitória na Rolex Miami OCR, antes da Medal Race, com o dobro de pontos a menos em relação ao segundo colocado, "não reflete a realidade". Para Bruno, a dupla está, nesta temporada, "na briga entre as cinco melhores do mundo". Sobre a Semana Brasileira de Vela, Bruno observou que foi uma competição muito forte, que serviu de motivação para a temporada, "tanto pelo ritmo forte quanto pela presença do Torben". "E ainda teremos barco novo e disponibilidade para competir."

Scheidt também está motivado com o barco novo, um PStar, comprado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com recursos da Lei de Incentivos Fiscais, que ele e Bruno devem receber em julho ou em agosto, na Europa. "Em Miami, velejamos com um PStar alugado. O barco foi projetado por um velejador alemão, desenvolvido em conjunto com a Universidade de Kiel. Agora, está em produção em Michigan, nos Estados Unidos. É um barco de material rijo e leve, que rende bem na água", contou. Se o barco chegar a tempo, a dupla vai competir com ele em Weymouth, no evento-teste.

Para esta temporada, a dupla planeja estar mais tempo junta, diferentemente do que ocorreu em 2010, quando chegaram a velejar com outros parceiros para se manter treinando e competindo. Bruno vai se revezar entre a Europa e o Brasil. "Vou ficar três semanas lá e uma aqui, até para não ter problema com a mulher", brincou. Tudo para aprimorar o entrosamento e trabalhar totalmente focado no ciclo olímpico.

O objetivo da dupla é estar no auge em dezembro, no Mundial de Perth. "Teremos de dosar os esforços para não exagerar. No Mundial, vamos tentar classificar o Brasil para a Olimpíada", observou Scheidt, explicando que 11 das 16 vagas olímpicas da classe Star estarão em disputa em Perth e que serão 80 barcos na competição. "Em Cascais (Mundial/2007) foi assim, bem disputado", observou Robert, que foi campeão com Bruno Prada.

"O Mundial também será a primeira seletiva para a dupla brasileira que vai para a Olimpíada. Depois, haverá outra seletiva no Brasil, que vale um ponto, e, se houver necessidade de desempate, ele será feito em uma competição no exterior", acrescentou Scheidt. "O critério deve ser esse." Um total de 16 países competirão no programa olímpico da Star - 11 vagas saem do Mundial, uma é do país-sede, a Inglaterra, e as quatro restantes serão disputadas no Mundial da França, em 2012. Tobern Grael também deve disputar o Mundial de Perth.

Para o evento-teste de agosto, em Weymouth, a vantagem, segundo Bruno Prada, é "velejar sem pressão por resultado. Dá para arriscar mais, fazer testes." A dupla também venceu o evento-teste para os Jogos de Pequim/2008, em que os brasileiros ficaram com a medalha de prata. Ganhar o evento-teste não garante o ouro na Olimpíada, acentuou Scheidt. "É um bom indicativo de quem está bem preparado porque a Star é muito equilibrada." Sobre a raia de Weymouth, que já conhece, observou que "os dias são compridos, a raia afastada da costa, os ventos de médios a fortes, com ondas e correnteza. Acho que a gente se adapta melhor a essa raia da Inglaterra do que à da China, do evento-teste".

Além da possibilidade de competir no exterior e ter presença assegurada no evento-teste - reservado a apenas um barco por País - outro benefício de pertencer à equipe brasileira de vela é a possibilidade de contratar um técnico. No caso de Scheidt e Prada, o italiano Lucca Modena, que já velejou de star e vai acompanhar a dupla nos principais eventos no exterior.

Scheidt e Prada também aproveitarão a maior proximidade para seguir aperfeiçoando a velejada no vento fraco. "Temos de melhorar ainda mais nesse ponto, que é a nossa deficiência", disse Bruno Prada. Atribuiu os bons resultados em ventos fracos na Semana Brasileira de Vela em parte a uma clínica feita com Dino Pascolatto e ao trabalho intenso nesse sentido. "Será um ano duro, de muitas viagens, mas com barco novo e motivação forte", disse Bruno. Mesmo em novembro, quando passarão um período no Brasil, a dupla pretende ficar em Ilhabela ou Búzios, locais que têm condições de clima e vento parecidas com as da Austrália.

Star em 2016

Robert Scheidt e Bruno Prada estão otimistas quanto à manutenção da classe Star no programa dos Jogos Olímpicos de 2016. "O Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB) está do nosso lado e o assunto está caminhando bem. Acho que a saída mais fácil seria a inclusão da 11ª medalha, como era até 2004, para não ter de tirar nenhuma classe. Precisamos ser organizados, fazer um bom lobby", comentou Scheidt, que vê possibilidade de reverter a ideia da Isaf de excluir a Star dos Jogos do Rio, em 2016.

Robert Scheidt disse que até já conversou com delegados-eleitores da Isaf que podem mudar o voto. "Mas eles sempre querem algo em troca. É muito mais política do que esporte. Eles podem resolver em maio, na reunião da Isaf, ou podem deixar para novembro", explicou.

Robert Scheidt tem patrocínio do Banco do Brasil, Prada e Rolex. Robert Scheidt e Bruno Prada têm o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Vela e Motor.

Calendário de competições de Scheidt e Prada em 2011

Abril
1 a 6 - Princesa Sofia, Palma de Maiorca, Espanha
22 a 29 - Semana Olímpica de Hyères, França

Maio
10 a 16 - Eurolimpic, Garda
24 a 29 - Delta Lloyd Regatta, Medemblik, Holanda

Junho
4 a 11 - Sail For Gold, Weymouth, Inglaterra
18 a 26 - Semana de Kiel, Alemanha

Julho
15 a 30 - Treinos no Lago di Garda, Itália

Agosto
1 a 14 - Evento-teste para a Olimpíada de Londres/2012, Weymouth, Inglaterra

Setembro
1 a 10 - Campeonato Europeu, Irlanda
22 a 25 - Campeonato Italiano, Garda, Itália

Novembro
Treinos no Brasil, data a definir
20 - embarque para a Austrália

Dezembro
1 a 18 - Campeonato Mundial das Classes Olímpicas, Perth , Austrália