Brasil sofre ‘apagão’ contra chinesas e dá adeus ao sonho do tri

Chinesas se impuseram a partir do segundo set e no final garantiram a classificação / Foto: Getty Images / David Ramos

Rio de Janeiro - Jogadora mais experiente da seleção brasileira feminina de voleibol, a oposto Sheila bem tinha avisado: era preciso muita atenção com a China, mesmo com o fraco rendimento das asiáticas na primeira fase. Não deu outra: em atuação muito abaixo das expectativas, o Brasil viu uma surpreendente seleção chinesa vencer por 3 sets a 2 (15/25, 25/23/ 25/22, 22/25 e 15/13) e jogar por água o sonho do tricampeonato Olímpico.

Além de não poder igualar a marca de Cuba de Mireya Luis, o próprio técnico José Roberto Guimarães perde a oportunidade de conquistar, desta vez em casa, o seu quarto título Olímpico. “Bicampeão, bicampeão”, aplaudiu a torcida, ao final, ciente dos feitos recentes da equipe que faturou ouro em Pequim 2008 e Londres 2012. As chinesas enfrentarão na próxima fase a Países Baixos.  

O primeiro set do confronto nem de longe transpareceu a dificuldade que as meninas do Brasil enfrentariam no embate contra as chinesas. Com bolas rápidas de fundo, Sheila era sempre a melhor opção, virando todas e contribuindo no bloqueio, sempre forte com o apoio de Fernanda Garay. Nervosas, as chinesas tinham dificuldade na recepção, e o set acabou sendo um passeio: 25/15. O excesso de confiança de um time com cinco vitórias em cinco jogos talvez tenha diminuído o ímpeto da equipe de José Roberto Guimarães. O serviço passou a ser falho, e a bola de segurança com Sheila não funcionava mais com a mesma eficiência. Assim como o meio de rede com Thaísa.

As chinesas acertaram a recepção, igualaram o jogo e, por ironia, fecharam o set em 25/23 justamente num bloqueio em cima de Natália. Tudo igual no placar.  Experiente como poucos no vôlei internacional, José Roberto Guimarães tentou dar um chacoalhão no seu time com a entrada de Jaqueline no lugar da apagada Natália. A oposta virou bolas importantes e deu novo ritmo ao Brasil. A questão é que as chinesas acertaram a recepção como poucas seleções poderiam. Mesmo com os gritos de “eu acredito” da torcida, nova derrota no terceiro set: 25/22.

Era tudo ou nada. Os torcedores faziam a sua parte incentivando a todo momento, e o quarto set foi o mais parelho da partida. Com dificuldade na recepção, Fernanda Garay, enfim, acertou o ponto. Aos gritos de “o campeão voltou”, o Brasil se acertou em quadra - com a troca de Fabiana por Gabi - e engrenou mais uma vez, mesmo com a consistência chinesa, para empatar o jogo: 25/22.  

Veio o tie-break. Era para o clima de empolgação tomar conta das jogadoras, mas a recepção voltou a falhar no momento decisivo. As chinesas, firmes, mantiveram o ritmo e conseguiram fechar o set final em 15/13 e o jogo em 3 sets a 2.  Com o resultado, o Brasil perdeu a chance de se igualar ao lendário time de Cuba, medalha de ouro em Barcelona 1992, Atlanta 1996 e Sydney 2000. 

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