Ginasta já sofreu outros casos de racismo além de vídeo
Rio de Janeiro - Um dos grandes destaques recentes da ginástica artística do Brasil, Angelo Assumpção, que sofreu injúrias raciais em vídeo gravado por companheiros de equipe, já foi vítima de racismo em outros momentos dentro do mundo esportivo.
Em entrevista ao UOL Esporte, a mãe do atleta, Magali Dias Assumpçao, contou que o fato do filho ser negro sempre a preocupou. "Não tem muitos negros na ginástica, isso é uma realidade. E a gente sofre [preconceito]. Não apenas por sermos negros, mas também existe a desconfiança com a sexualidade. Mas eu não tenho nenhum tipo de preconceito", explica.
Em outra oportunidade, Angelo contou em matéria da Gloob que passou por um momento específico quando começava no esporte. "Tinha um menino que me provocava. Acho que ele nao aceitava treinar no mesmo lugar que eu. O problema é que eu era negro", pontuou.
Quando esteve no Japão, em 2013, o atleta brasileiro também passou por uma situação inusitada. "Na primeira vez que fui ao Japão, uma menina chegou a pedir para mexer no meu cabelo. Ela nunca tinha visto, queria saber como era", conta o atleta.
De origem humilde, no extremo leste de São Paulo (do bairro Burgo Paulista), Angelo passou por muitas dificuldades até chegar à seleção brasileira. "Passamos dificuldades com alimentação, com transporte. Sofremos muito. Mas eu nunca desisti do meu filho. Isso é fundamental. Pegava ônibus com ele, voltava no colo, dormindo. Eu ficava do lado de fora do ginásio, sem poder entrar. Esperava terminar os treinos. Ficava na chuva, no vento, no frio, no sol. Foi uma luta muito grande", detalha a mãe, Magali.
Sobre o vídeo, a Confederação Brasileir de Ginástica informou no último sábado que vai instaurar inquérito interno para tratar do ocorrido. As imagens traziam Arhur Nory e outros dois ginastas fazendo piadas racista com Angelo.
