Ana Marcela Cunha aproveita Maria Lenk para vivenciar o clima olímpico

Ana Marcela nadou a prova de 800m no Troféu Maria Lenk, mas sem a meta de buscar índice olímpico / Foto: Satiro Sodré/CBDA

Rio de Janeiro - Para a maioria dos nadadores brasileiros, o Troféu Maria Lenk, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, representou a última oportunidade de classificação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Uma competição tensa, que realizou e encerrou sonhos de participação na edição brasileira do maior evento esportivo. Mas para uma atleta em específico, o resultado no Maria Lenk foi o menos importante.
 
Classificada para disputar a maratona aquática no Rio 2016, Ana Marcela Cunha trocou as águas abertas pelo ambiente controlado da piscina por um motivo bem diferente e mais leve, sem a responsabilidade de bater índices.
 
"Estava aqui mais para vivenciar e curtir esse momento. Quando vi que os 800m seriam na última etapa e eu estaria chegando dos Estados Unidos, pedi para o pessoal o meu clube (Unisanta) e eles falaram sim. Cheguei ontem (19.04) de manhã, tive o primeiro contato com a piscina e vim nadar um pouco. Me diverti", contou a nadadora, após competir nos 800m livre feminino.
 
Os 8min46s31 que ela precisou para completar a prova pouco importaram, mesmo tendo ficado longe do índice para os Jogos, de 8min33s97. "É bom viver esse momento. A gente vê os nadadores do Brasil e outros estrangeiros vindo aqui, já nesse sentimento de Olimpíada e muita gente se classificando. Acho que isso renova um pouco nossa energia para voltar para casa e treinar mais", afirmou Ana Marcela.
 
Do ponto de vista técnico, a nadadora brasileira disse que a prova na piscina serve para treinar o sprint final da maratona aquática, embora em condições bem diferentes. "É uma coisa que a gente pode pensar em levar daqui. Tem muitas nadadoras que nadam forte na piscina, para 8min30s, 8min20s. Nadar isso seria muito bom, mas a gente também tem a consciência de que ninguém nada no mar como a gente", comparou.
 
Até o Rio 2016 chegar, Ana Marcela Cunha ainda tem muitos compromissos pela frente. Entre treinamentos em altitude e a Copa do Mundo de maratonas aquáticas, ela também tem a expectativa de realizar algumas atividades no próprio Rio de Janeiro. Para ela, o fato de os atletas brasileiros conhecerem melhor o local da competição pode representar uma vantagem nos Jogos Olímpicos.
 
"A gente vai acordar, olhar para o mar e já saber como vai estar até o fim da prova, como ele se comporta", explicou. "Mas a maior vantagem é estar em casa mesmo. Estamos acostumados com a comida, não tem que se adaptar a fuso horário, falamos o idioma. E a gente conta com o apoio da galera para ter uma diferença maior ainda e eles atrapalhem um pouco os gringos", brincou.
 
A relação com os estrangeiros, por sinal, tem rendido muitas dúvidas. Ana Marcela disse que os concorrentes têm feito bastante perguntas sobre o percurso e as condições do mar de Copacabana, onde serão disputada as provas de maratonas aquáticas. Os segredos, no entanto, ficam bem guardados com ela.
 
"Eu sei mais do percurso e de como vai ser nas Olimpíadas, mas não dá para contar tudo", riu a brasileira. "Em Londres e Pequim, as provas foram realizadas em lago. Eles não estão acostumados com a corrente, então temos essa vantagem. É diferente. Se entra um mar batidão, vai ter bastante onda", detalhou Ana Marcela.
 
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