Hoje empresário, brasileiro superou o doping e sonha com Rio 2016

João Gomes Junior / Foto: Satiro Sodré / SSPress / CBDA

Rio de Janeiro - João Gomes Júnior tem, aos 29 anos, uma história de sobressaltos. Depois de a Fina (Federação Internacional de Natação) anunciar que o nadador havia sido pego no exame antidoping realizado durante o Mundial de piscina curta de 2014, o atleta foi suspenso por seis meses. 

Os resultados obtidos a partir de 4 de dezembro de 2014 também foram revogados. João foi flagrado pelo uso da hidroclorotiazida, substância considerada diurética, responsável por mascarar o consumo de outras substâncias proibidas. 

No período de suspensão, como não poderia competir, o nadador chegou a se arriscar como empresário do ramo de crossfit. Para fechar a temporada com chave de ouro, conseguiu índice olímpico para a Rio 2016 na seletiva da natação brasileira, em Palhoça (SC). 

"Estou muito feliz, ainda mais depois desse turbilhão de coisas que aconteceram neste ano. Serve para a gente parar, repensar, botar a cabeça no lugar e ver que nada é fácil. É preciso correr atrás do objetivo. Agora é voltar a treinar e me preparar para o ano que vem. A briga não acabou ainda, e eu só comemoro 40% por ter melhorado meu tempo. Meu objetivo maior é carimbar o nome lá e estar no grupo. Não é mais índice; a briga é pelas duas vagas. O importante é bater na frente", afirmou o atleta.

Os resultados do Mundial, três ouros em provas de revezamento, não foram retirados do Brasil, mesmo o nadador tendo sido punido no doping. 

"Uma coisa que eu aprendi com meus pais é que Deus nunca vai dar um fardo maior para você carregar, mas também não sou hipócrita de dizer que aceitei da melhor forma possível. Sei o que estava fazendo e tenho minha consciência limpa perante a tudo. Não devo nada a ninguém, mas na primeira instância passa um monte de coisa na cabeça – o que as pessoas vão pensar de mim e o que vai acontecer da minha vida, por exemplo. Mas dois dias depois eu pus minha cabeça no lugar e pensei que isso não ia me derrubar. Nunca. Isso ia me deixar mais forte, e é o que vem acontecendo nos treinos", emendou João.

Os dias distante da piscina ficaram para trás e o atleta tira algo de bom disso. "Hoje estou muito mais forte, muito mais vivo, e nada mais me abala. Isso foi muito bom para fortalecer a mente. Hoje ninguém mais consegue me estragar. Estou firme e forte para a minha luta e para o meu objetivo maior", completou, em relação à Rio 2016.

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