Isinbayeva questiona punição a russos: “por que devo sofrer?”
Rio de Janeiro – Maior atleta feminina do salto com vara da história, a russa Yelena Isinbayeva, responsável por quebrar a barreira dos cinco metros na sua prova, questionou nesta segunda-feira a punição dada pela IAAF (Federação Internacional de Atletismo) à Rússia por conta do escândalo de doping envolvendo o país.
Num primeiro momento, a federação russa de atletismo (Araf) foi suspensa de todas as competições internacionais depois de uma comissão independente da Wada (Agência Mundial Antidoping) concluir que havia um esquema dentro do governo russo para acobertar atletas pegos utilizando substâncias proibidas.
"Fiquei em choque quando eu ouvi o veredicto da Iaaf na sexta-feira. Esta é uma medida completamente injusta. Por mais de 20 anos na minha carreira participei de várias competições e estabeleci inúmeros recordes. E agora, depois de tudo isso, e anunciar que vou encerrar minha carreira em 2016 eu tenho de lidar com um problema que nada tem a ver comigo?”, indagou Yelena.
A maior rival da brasileira Fabiana Murer na conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2016 acha injusto que ela sofra pela prática ilícita de seus compatriotas. “Alguns atletas sim fizeram uso de drogas, mas por que eu devo sofrer?", declarou.
Com a punição, por mais que a participação do atletismo russo nos Jogos de 2016 ainda não esteja definida, a delegação perderia campeonatos importantes como o Mundial Indoor, no primeiro trimestre do ano que vem.
"Quero participar do Mundial Indoor (em Portland, em março) e quebrar o recorde mundial, mas a Iaaf me priva esta oportunidade. Isso é totalmente injusto. Quero falar! Quero encorajar os membros da Iaaf e da Wada a investigar objetivamente o problema", defendeu a saltadora.
Uma possibilidade para Isinbayeva, levantada pelo seu próprio treinador, Evgeny Trofimov, para caso a IAAF expulse os russos dos Jogos Olímpicos, é que a atleta dispute no Rio sob a bandeira olímpica do COI (Comitê Olímpico Internacional).
"Meu técnico é muito emotivo e ele vive 24 horas pensando em minha performance nos Jogos Olímpicos. Tirar este sonho do meu treinador é injusto. Não creio ser factível competir sob a bandeira do COI. Eu acredito que no ano que vem o hino da Rússia será tocado depois das competições", finalizou.
Isinbayeva está fora das pistas oficiais desde o Mundial de Moscou, em 2013, quando abdicou da carreira para ter um filho.
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