Exclusivo: Janeth, sobre boicote: "podiam tirar um pouquinho mais o ego"

Janeth Arcain, ex-jogadora, dá pitaco sobre atual situação do basquete brasileiro / Foto: Esporte Alternativo

Rio de Janeiro - A ex-jogadora de basquete Janeth Arcain, em conversa exclusiva com o Esporte Alternativo, durante inauguração da Arena Carioca 1, que receberá os jogos da modalidade na Rio 2016, afirmou que há um excesso de "ego" em toda a questão envolvendo as jogadoras brasileiras que boicotaram a seleção. 
 
Adrianinha, Tainá, Tatiane, Gilmara, Joice, Jaqueline e Tássia desistiram de atender à convocação do técnico Barbosa por orientação de seus clubes, que brigam com a CBB (Confederação Brasileira de Boxe) por mais diálogo e melhor tratamento da seleção feminina. Janeth fez uma análise da situação e relembrou um conselho que recebeu na juventude. 
 
"Eu não vejo isso com lado positivo nem negativo, eu vejo 50% de falta de conversa dos dois lados. Poderiam tirar um pouquinho mais o ego, eu acho que isso dai é tudo ego. Eu lembro que um técnico meu de voleibol, quando eu comecei a jogar ele disse: ‘olha Janeth o basquetebol tem muita política, muito ego e isso dificulta’. E realmente hoje eu vejo e assino embaixo. O que a gente precisa pensar é em prol da modalidade. A partir do momento em que a gente tem uma mudança de gestão na modalidade eu acho que o basquetebol feminino vai crescer muito", enumera a ex-atleta. 
 
Questionada pelo EA sobre o que falta para a seleção brasileira feminina chegar ao nível da masculina, que ela considera com chances reais de medalha em 2016, Janeth fez uma avaliação focada na carência de ídolos na equipe. 
 
"Acho que a gente precisa de uma gestão, no feminino, melhor. Acho que esse seria um ponto fundamental, e com isso aparecer mais ídolos, né. Acho que aparecendo ídolos você motiva os jogadores mais novos, as jogadoras mais novas a praticarem a modalidade. Mais jogos com seleções europeias, ou até mesmo esse evento teste com a seleção australiana, que também é uma seleção de alto nível, Mas eu acho que mesmo assim o basquetebol brasileiro, ele pode vivenciar um momento melhor do que vem acontecento", afirmou. 
 
Por fim, a ex-jogadora deixou uma mensagem otimista quanto ao desempenho das brasileiras jogando em casa. "Eu espero que o Brasil, principalmente o basquetebol feminino, ele até o começo dos Jogos, tenha um planejamento muito bem feito para que as meninas consigam trazer algum resultado que não vem acontecendo nas últimas Olimpíadas. O último que nós conseguimos resultado foi em Atenas 2004", conclui.
 
Primeira brasileira a jogar a Liga Norte-Americana de Basquete Feminino (WNBA, na sigla em inglês), Janeth amealhou duas medalhas olímpicas na sua carreira (bronze em Sydney 2000 e prata em Atlanta 1996) e foi campeã mundial com o Brasil em 1994. Terceira maior pontuadora da história da seleção, Janeth se aposentou com o vice-campeonato no Pan do Rio, em 2007, aos 38 anos.
 
 
 
 
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