Brasil faz ótima estreia no salto em busca de vaga para Tóquio 2020
Lima - A largada do Time Brasil de Salto nessa 3ª feira, 6/8, em busca do pódio por equipes nos Jogos Pan-americanos 2019 em Lima, Peru, valendo qualificação olímpica foi perfeita. Todos os quatro brasileiros zeraram o percurso de velocidade (em que a cada falta são acrescidos 4 segundos ao tempo final).
O primeiro a largar foi Eduardo Menezes com H5 Chaganus que cruzou a linha de chegada em 70s95. O 2º foi Pedro Veniss com Quabri de L Isle, 70s93. Depois entrou Rodrigo Lambre com Chacciama, 71s33, e finalmente Marlon Zanotelli montando Sirene de La Motte fechou a rodada brasileira em 71s02. A armação dos percursos está a cargo do brasileiro Guilherme Jorge, armador na Rio 2016 e no Pan 2007.
Com esse resultado, o Brasil virou em 2º lugar na disputa por equipes com apenas 3,39 pontos perdidos (pp) atrás dos EUA, que vem 2,09 pp, uma diferença de apenas 1,3 pp. Em 3º lugar aparece o Canadá, 6,21 pp, seguido pelo México, 6,97 pp. Nessa 4ª feira, 7, com dois percursos a 1,60m, se define o pódio por equipe, valendo ainda com qualificativas para a disputa individual. As três primeiras equipes garantem vaga de seus países em Toquio 2020, porém os EUA já estão qualificados por terem garantido ouro nos Mundial 2018. Assim abre-se mais uma vaga para o país em 4º lugar.
Todos integrantes da equipe não pouparam elogios ao técnico o suíço Philipp Guerdat, que liderou a França na conquista do ouro na Rio 2016 e Pedro Paulo Lacerda, chefe de equipe. "Saiu tudo com eu planejei tive que adaptar alguma coisa ou outra no meio do caminho, mas o meu cavalo está saltando muito bem e estou confiante", disse Eduardo, 39, há 20 anos morando no Exterior e que defendeu país no Pan 2015 e Rio 2016. "Realmente o Phillip Guerdat só nos surpreende tecnicamente e no trabalho de união e moral da equipe."
Pedro, 36, radicado na Europa há cerca de 15 anos e mais experiente da equipe em participações internacionais, falou sobre seu grande cavalo Quabri, um garanhão sela francês de 15 anos, com o qual desde 2014 vem garantindo os títulos mais importantes. "O Quabri mais uma vez esteve fantástico hoje. Acho que tivemos um bom começo mas ainda temos muitos percursos pela frente. Quabri grita um pouco no aquecimento, mexe com as éguas, gosta de ser o chefe. Como tem um caráter muito bom, deixo ele brincar", destacou Pedro, que está em seu terceiro Pan e integrou equipe na conquista do penta no Pan Rio 2007.
"Entrei confiante porque os dois primeiros já haviam zerado e foram rápidos. Estou muito contente com a atuação da Chacciama e o técnico falou para eu ir um pouco mais conservador. Acho que com esses cavaleiros e equipe técnico podemos chegar longe", destacou Rodrigo, há 17 anos morando fora. "Morei nos EUA e agora no México há muito tempo, mas nunca pensei em competir por outro país."
Finalmente, Marlon, 31, que mora na Europa há cerca de anos, também comentou seu desempenho. "Tivemos um excelente resultado, tivemos a estratégia de hoje começar com Eduardo, com um cavalo que ele conhece bem e dar tempo paro Pedro assistir um pouco, depois viemos o Rodrigo e eu. Nosso planejamento deu certo, estamos a menos de uma falta dos EUA. Amanhã vou abrir a rodada da equipe e o Pedro fecha", adiantou Marlon que também fez um agradecimento. "A Sirene é de propriedade de um francês, grande apoiador do esporte. Ele mesmo monta, cria e comprou a Sirene ainda potrinha, fez todo o processo para ela estar aqui hoje despontando nas principais competições. Agradeço a ele por essa oportunidade, toda a equipe do Brasil e o pessoal em casa que me ajudou a chegar aqui."
Ordem de entrada Final por Equipes: Marlon, 13º, Eduardo, 25º, Rodrigo, 37º, e Pedro, 49º.
Agenda - Após a decisão por equipes em duas voltas, a 1.60 metro, nessa quarta, 6, das 9 às 12 horas e 13 às 17 horas (fuso local), tem um dia de intervalo e na 6ª feira, 9, os 35 melhores conjuntos disputam final individual.
Brasil detém cinco ouro por equipes em Pans e totaliza 13 medalhas
Primeira modalidade do hipismo a conquistar medalha no Pan, em 1959, o Salto soma 13 medalhas nos Jogos, oito delas por equipe. O Time Brasil foi ouro cinco vezes: em 1967 e 1999 em Winnipeg, Canadá, em 1991, em Havana, Cuba, em 1995 em Mar Del Plata, Argentina, e em 2007 no Rio de Janeiro. Prata foram duas: em 1959 em Chicago, EUA, e em 2011 em Guadalajara, México. O único bronze da equipe foi conquistado em 2003, em Santo Domingo, República Dominicana.
Na disputa individual, das cinco medalhas conquistadas duas foram de prata e três de bronze. A primeira prata foi em 1997 em Winnipeg com Nelson Pessoa Filho, o Neco, montando Gran Geste, e em 2007, no Rio de Janeiro, com o filho de Neco, Rodrigo Pessoa montando Rufus. Dos três bronzes, dois foram conquistados por Vitor Alves Teixeira: em 1991 em Havana montando Zurquis e em 1999 em Winnipeg com Jolly Boy. O terceiro bronze individual foi de Bernardo Resende Alves com Bridgit nos Jogos de Guadalajara 2011.
Parcial Equipes
1º EUA - 2,09 pontos perdidos (pp)
2º Brasil - 3,39 pp
3º Canadá - 6,21 pp
4º México - 6,97 pp
5º Venezuela - 16,66 pp
6º Argentina - 18,19 pp
7º Colombia - 19,38 pp
8º Chile - 28,49 pp
9º República Dominicana - 40,03 pp
10º Uruguai - 40,4 pp
11º Guatemala - 40,43 pp
12º Peru - 84,99 pp
Parcial individual
1º Elizabeth Madden / Breitling LS - EUA - 68s82 - 0 ponto perdido (pp)
2º Patricio Pasquel / Babel - MEX - 69s39 - 0.29 pp
3º Alex Granato / Carlchen W - EUA - 70s66 - 0.92 pp
4º Pedro Veniss / Quabri de L Isle - BRA - 70s93 - 1.06 pp
5º Eduardo Menezes / H5 Chaganus - BRA - 70s95 - 1.07 pp
6º Eve Jobs / Venue d´Fees des Hazeles - EUA - 71s16 - 1.17 pp
7º Rodrigo Lambre / Chacciama - BRA - 1.26 pp
11º Marlon Zanotelli / Sirene de la Motte - 72s01 - 1.6 pp
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