Mundial de vôlei de praia define primeiros países para 2016

Ricardo e Emanuel: campeões olímpicos e do Mundial de 2003, a dupla parte em busca de mais um título, que pode ser histórico para Emanuel / Foto: Buda Mendes / Getty Images

Rio de Janeiro - A competição mais importante da temporada 2015 para o vôlei de praia começa nesta sexta-feira (26.06) e definirá duas vagas (uma no masculino e outra no feminino) para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
O Campeonato Mundial 2015, disputado em quatro cidades da Holanda – Amsterdã, Apeldoorn, Haia e Roterdã –, colocará em jogo o segundo troféu mais desejado pelos atletas (atrás apenas dos Jogos Olímpicos) e dará uma boa prévia do que será visto nas areias de Copacabana no ano que vem.
 
Campeão em nove edições, cinco no torneio masculino e outras quatro no torneio feminino, o Brasil é o maior vencedor do torneio. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com cinco medalhas de ouro. E além de manter a hegemonia, um atleta em especial poderá quebrar um recorde. Tricampeão, ao lado de Loyola (1999), Ricardo (2003) e Alison (2011), Emanuel está empatado com a norte-americana Walsh.
 
Emanuel, campeão olímpico em Atenas 2004, pode buscar o quarto título e se isolar como maior vencedor do Mundial. Para isso, além de conquistar o troféu na retomada da parceria com Ricardo, ele terá que torcer para que Walsh não suba no lugar mais alto do pódio. A tricampeã olímpica sofreu um deslocamento de ombro recentemente e disputará o primeiro torneio após a lesão.
 
O Brasil será representado por oito equipes. No torneio masculino, a responsabilidade fica a cargo de Alison e Bruno Schmidt (ES/DF), Álvaro Filho e Vitor Felipe (PB), Evandro/Pedro Solberg (RJ) e Ricardo/Emanuel (BA/PR). Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ), Fernanda Berti/Taiana (CE/RJ), Juliana/Maria Elisa (CE/PE) e Larissa/Talita (PA/AL) representam o país no campeonato feminino.
 
"A estrutura no Campeonato Mundial da Holanda está muito bacana, o jogador de vôlei de praia tem essa peculiaridade de atuar em vários lugares. A arena em Amsterdã foi montada no centro histórico da cidade, em frente ao Palácio Real, e com importantes museus nas proximidades. O mais importante é o contato com o público e poder estar promovendo nosso esporte", disse Juliana, campeã em 2011, ao lado de Larissa.
 
Única estreante do grupo, Fernanda Berti também elogiou as instalações e recordou que já viveu bons momentos no país, onde conquistou o Grand Slam de Haia, em 2014. "Eu sei da importância desse campeonato e o quanto representa uma medalha para o Brasil. Eu não poderia estar mais feliz e motivada para jogar em busca dessa medalha. Taiana e eu temos uma lembrança maravilhosa da Holanda, acho que é mais um fator motivacional e positivo. Nós sabemos também da dificuldade, porque não só o Brasil, mas todos os países do mundo valorizam muito esse evento. Vamos com força total e esperamos fazer um excelente torneio", destacou Fernanda Berti.
 
A primeira partida com brasileiros será neste sábado (27.06), quando Larissa e Talita (PA/AL) entram em quadra às 6h (de Brasília) contra as holandesas Van der Vlist e Van Gestel.
 
A décima edição da Copa do Mundo, que começou a ser realizada em Los Angeles, em 1997, e é disputada a cada dois anos e, em 2015, promete ser uma das melhores de todos os tempos. Em termos de estrutura e logística, nunca a competição organizada pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) precisou ser tão bem planejada. Pela primeira vez na história, o torneio será disputado em quatro cidades de maneira simultânea.
 
Dentro de quadra, os principais atletas disputam, além da honra em ser campeão do mundo, uma premiação de 1 milhão de dólares (60 mil aos vencedores, 45 mil para os segundos colocados e 35 mil dólares aos medalhistas de bronze) e 1000 pontos para a dupla no ranking do Circuito Mundial. Além disso, os países dos atletas campeões estarão automaticamente classificados para as Olimpíadas do Rio 2016. A vaga é da federação e não do time campeão.
 
O sistema de disputa funciona da seguinte forma: 48 duplas femininas e 48 masculinas são divididas em 12 grupos com 4 times cada. Os dois melhores de cada chave avançam diretamente para a próxima fase, assim como os oito melhores terceiros colocados. A partir desta etapa, as partidas passam a ser no formato de eliminação simples, com as oitavas e quartas de final, semifinal e a grande decisão.
 
Entre as mulheres, um dos destaques é a norte-americana Kerri Walsh, tricampeã olímpica e mundial, que joga ao lado de April Ross, medalhista de prata em Londres 2012. No masculino, os holandeses Alexander Brouwer e Roebrt Meeuwsen formam a dupla que é atual campeã mundial. Pela primeira vez, o dueto campeão defenderá o título em casa – uma oportunidade de ouro para alcançar o inédito bicampeonato do torneio.
 
"Nenhuma dupla venceu o Campeonato Mundial duas vezes (no masculino). É obvio que o nosso desejo é conquistar o torneio mais uma vez, mas já estabelecemos nossa meta: queremos finalizar no pódio", afirmou Brouwer.
 
Caso não consigam a classificação no Campeonato Mundial, as duplas do circuito poderão garantir vaga para os Jogos Rio 2016 pelo ranking olímpico, que classificará as 15 duplas melhores colocadas no dia 12 de junho do ano que vem. Os cinco campeões continentais (Américas, África, Ásia, Europa e Oceania) também garantem vaga. Ao lado do Brasil, que tem uma dupla garantida como país-sede, as duas melhores duplas do Pré-Olímpico Mundial de julho de 2016 fecham o grupo de 24 duplas em cada gênero (48 no total) que disputarão os Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
 
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