Dupla campeã mundial revela ideia de não velejar por Baía: "vergonha"
Rio de Janeiro - Martine Grael chocou o mundo da vela no início do ano passado ao divulgar uma imagem da Baía de Guanabara em que aparecia uma TV boiando no mar, símbolo da poluição extravagante do local que receberá as provas de vela nos Jogos do Rio, em 2016.
Agora, muito por conta dos boatos de que o governo não conseguirá atingir a meta estabelecida anteriormente de 80% de despoluição da Baía de Guanabara, a dupla Martine e Kahena, campeã mundial na classe 49er FX e líder do ranking, consideram um protesto importante.
"A vontade que dá é fazer uma manifestação durante a Olimpíada e dizer: 'Não vamos velejar. vocês prometeram isso! [a despoluição] Cadê?'. Porque é uma vergonha. Eu tenho nojo de entrar na água, imagine eles [os atletas estrangeiros]. A gente não faz a manifestação porque sabe que não vai mudar nada", conta Kahena ao GloboEsporte.com.
Martine afirma que se sente na obrigação de cobrar a despoluição. "Como atleta, ambientalista, frequentadora deste clube e niteroiense. Tenho muita vontade de participar, se houver, de programas sociais. Fazer um mutirão para conscientizar a galera, levar para velejar e mostrar como é o mar. Temos que levar as pessoas ao problema. E todo mundo faz parte da solução. Não é só cobrar do governo e achar que a culpa é só dele", argumenta.
