Treinador dá esperança de medalha a Zarif: "só não tem sexo"

Jorge Zarif / Foto: Fred Hoffmann

Rio de Janeiro - Eleito o melhor atleta do ano de 2013 pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) - depois de vencer os campeonatos junior e adulto daquele ano na classe Finn -, Jorge Zarif acabou se tornando uma incógnita em relação à Rio 2016. Seu técnico até 2013, o espanhol Rafael Trujillo, não estava mais sendo bancado pelo COB e pela CBVela (Confederação Brasileira de Vela), e o desempenho do velejador vinha caindo.
 
Depois do ápice há dois anos, o brasileiro amargou resultados ruins enquanto Trujillo foi disputar a Volvo Ocean Race, regata de volta ao mundo da vela oceânica. Agora, há dois meses, COB e CBVela parecem ter entendido a importância da união da dupla e trouxe de volta o espanhol, que tem quatro Olimpíadas no currículo e uma medalha de prata em Atenas 2004, na mesma classe de Zarif. 
 
O retorno do técnico, no entanto, trouxe junto a rotina intensa para o velejador. "Sua vida vai acabar até as Olimpíadas", sentenciou Trujillo ao ex-campeão mundial. "Ele é o tipo de gente que enche o saco o dia inteiro, no modo bom de falar. Ficamos juntos 20 dias por mês. Agora estamos dividindo quarto. Abriu o olho são 14 horas no ouvido", descreve. 
 
Zarif brinca que ambos vivem praticamente um matrimônio. "O que era um sacrifício antes tem virado uma coisa normal. Como acordar às 4h30 para pedalar da Vista Chinesa até o Cristo. Vinte e quatro horas por dia voltado para a vela. Só tem descanso a cada 13 dias. É quase um casamento, só não tem sexo (risos)", descontrai o atleta em entrevista ao GloboEsporte.com.
 
A esperança agora é melhorar para 2016, depois de um 20º lugar em Londres 2012, quando Zarif tinha apenas 19 anos e era o mais novo da delegação brasileira de vela. 
 
"O que Rafael mais traz para mim é o que menos temos no Brasil, que é desenvolvimento de material e a experiência de quatro Olimpíadas na Finn. Tenho certeza que com ele em um ano vai melhorar bastante. Ele me ajuda a organizar a minha vida, gerenciar os campeonatos, a preparação física, fisioterapia. A diferença é muito grande no rendimento dos treinos", finaliza. 
 
Veja Também: