Ângelo Assumpção conquista o ouro no salto e Diego é bronze

Ângelo Assunção recebe um caloroso abraço do amigo Diego Hypolito: fonte de inspiração / Foto: Ricardo Bufolin

Rio de Janeiro - O Brasil terminou o primeiro dia de finais da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica Artística com quatro medalhas: dois bronzes, uma prata e um ouro. Na tarde deste sábado (02.05), o hino nacional foi tocado no Ginásio do Ibirapuera graças a um paulistano de 18 anos que deixou veteranos para trás na disputa do salto com a nota de 15,025.
 
"Eu não tinha visto a nota, eu percebi pela galera que eu tinha conseguido essa medalha",disse Ângelo Assumpção. "Na hora do hino, ele acabou e todo mundo continuou cantando. Eu acho isso bonito. A gente tem essa garra. Foi emocionante. Espero que isso abra portas para a minha carreira".
 
O ginasta não ia participar da competição, mas Arthur Nory sentiu dores no joelho e coube a Ângelo substituir o colega. O dever foi cumprido e a alegria tornou-se ainda maior porque o ídolo de infância subiu ao pódio ao lado dele. "Quando eu vim pra cá, em 2005, ver o Diego, eu sonhava estar do lado dele competindo, ter o talento dele. E estar aqui com ele é maravilhoso", acrescentou.
 
Diego Hypolito suportou bem as dores na coluna e levou o bronze no mesmo aparelho, com a nota de 14,837. Entre ele e Ângelo ficou o alemão Mathias Fahrig (14,850). "Eu ainda estava com muita dor na coluna, mas nada que tenha influenciado no resultado, muito pelo contrário. Fiquei muito feliz de conseguir minha 58ª medalha em etapas de Copa do Mundo. Esse resultado é do Brasil, não é só meu. A gente tem que estar muito feliz pelo nosso caçula que conseguiu um ouro", comemorou Diego Hypolito.
 
Ele também lembrou uma coincidência entre os dois atletas brasileiros. "O Ângelo faz aniversário um dia antes de mim (18 de junho), ele é dez anos mais novo do que eu e ele conseguiu a primeira medalha dele (em Copas do Mundo) da mesma forma que eu consegui. A minha foi no Brasil, em 2004, na primeira etapa da Copa do Mundo que eu tinha competido aqui, também no salto", lembrou Diego.
 
Enquanto isso, quem não se aguentava de felicidade nas arquibancadas do Ibirapuera era dona Magali, mãe do medalhista de ouro, que estava acompanhada do padrasto e de tios de Ângelo. "No fundo, eu fui pela humildade. Achei que ele ia ganhar no máximo um bronze. Para mim foi uma surpresa, foi muito legal. Ele foi o penúltimo e fiquei torcendo para que o último não tivesse a nota dele. Foi emocionante", declarou Magali.
 
Bronze nas paralelas
 
A barra fixa costuma ser o forte de Francisco Barretto, mas ele ficou de fora da final. Por outro lado, veio a vaga nas paralelas e coube ao ginasta enfrentar grandes nomes na final do aparelho. "Chico" foi o penúltimo a se apresentar, deixou para trás o medalhista mundial John Orozco, dos Estados Unidos, e ficou com o bronze ao obter a nota 15,300, a melhor da carreira nas paralelas. O alemão Lukas Dauser levou o ouro (15,750) e o chinês Xiadong Zhu (15,525) ficou com a prata.
 
"A final estava muito forte, foi um 15, outro 15, outro 15, mas é para isso que a gente trabalha.Tem finalista mundial, tem finalista olímpico, tem chinês, que tem tradição absurda nas paralelas, mas a gente tem sempre que pensar em fazer o melhor e tudo saiu do jeito que eu queria", celebrou o brasileiro, que também destacou a importância da torcida. "Na hora em que eu estava arrumando as barras, a torcida começou a gritar 'Brasil, Brasil', e isso é maravilhoso. Saí com a satisfação de dever cumprido. Deu para o Brasil ver que tem atletas que podem dar resultado".
 
Prata no salto feminino
 
No salto feminino, Rebeca Andrade foi a segunda melhor. A prata veio com a nota de 14,700, atrás somente da chinensa Yalan Deng (14,962). Para quem retornou há dois meses aos treinos, o resultado foi considerado positivo.
 
"Acho que poderia ter feito melhor, mas eu gostei. Acabei de voltar de uma cirurgia, não estava treinando muito meu salto mais difícil. E acharam melhor não colocar nessa competição. Meu segundo salto é novo e já já vou colocar um elemento mais difícil. A gente está melhorando e eu quero mostrar isso para todo mundo, o Brasil não é um país 'qualquer coisa', o Brasil é o Brasil", ressaltou a jovem atleta, que completa 16 anos na semana que vem. Na etapa da Eslovênia da Copa do Mundo, Rebeca havia conseguido um bronze nas assimétricas.
 
O desempenho dela – e também de Letícia Costa, que saiu bem triste da prova com o quarto lugar no salto – agradou a técnica Kely Kitaura. "Ela (Rebeca) fez um dos melhores saltos que ela podia, só que ainda não tinha muita dificuldade no segundo salto. Faz dois meses que ela está treinando depois da cirurgia. A chinesa tem dois saltos de valor muito alto, então ela ganhou. Já a Letícia está com um salto novo, foi a primeira vez. Ela acertou o salto e aumentou a dificuldade dela, isso é o mais importante para nós. O desempenho foi muito bom, elas fizeram o melhor que elas podiam", avaliou. 
 
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