Matheus Santana dribla o diabetes para seguir entre os melhores

Matheus Santana / Foto: Flávio Perez/OnboardSports

São Paulo - Campeão olímpico da juventude, quatro vezes recordista mundial. O carioca Matheus Santana é um dos principais nomes da nova geração de nadadores brasileiros, apontado como o novo Cesar Cielo, ídolo que já superou em 2015 no Troféu Maria Lenk. 
 
Mas para alcançar resultados tão expressivos, Matheus teve de aprender a lidar com o diabetes tipo I (quando a pessoa produz pouca ou nenhuma insulina), doença descoberta ainda aos 8 anos de idade.
 
"Quando veio o diagnóstico, ficamos assustados, porque na época o diabetes ainda era algo meio obscuro, sem tanta informação. Passei um tempo no hospital, e os amigos que iam me visitar não entendiam muito a situação, só achavam que eu estava doente e logo ia melhorar", conta Matheus. "Mas isso não abalou em nada a minha vida, eu era criança e não pensava muito nisso. Aos 9 anos, estudava numa sala com mais um menino com diabetes, às vezes a gente conversava a respeito, mas foi bem tranquilo."Depois do susto, o jovem nadador começou a fazer o tratamento, com aplicações de insulina e dieta para controlar a glicemia. Pessoas com diabetes devem evitar os açúcares simples presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães, que têm alto índice glicêmico. "Não tem mágica, é preciso fazer o tratamento corretamente, se privar de algumas coisas e fazer substituições. Assim você pode ter uma vida saudável e normal como a de qualquer outra pessoa", defende.
 
A natação tornou-se uma importante aliada de Matheus no controle diário do diabetes. A realização de atividade física reduz os níveis de glicose e melhora a ação da insulina, e a natação melhora a vascularização, alem de auxiliar no retorno venoso durante o exercício. A necessidade de controlar a doença, por outro lado, ajudou Matheus a dar um "upgrade" na carreira dentro das piscinas.
 
Quando mudou-se para Santos, passando a morar longe dos pais, o nadador escorregou na dieta e pagou o preço por isso. "Eu pisei na bola. Deixei de participar do Mundial de Natação Júnior porque minha glicemia estava muito alta", conta Matheus. "A natação me fez querer dar a volta por cima, e a partir desse momento procurei fazer tudo certo, com a ajuda de nutricionista, endocrinologista." A presença do pai, que foi para Santos para ajudá-lo com a alimentação, também foi fundamental. 
 
Perceber que o diabetes estaria na sua vida para sempre trouxe o amadurecimento necessário para Matheus Santana. "Passei a levar o tratamento a sério, e os resultados voltaram a aparecer. Fui campeão mundial júnior, bati quatro recordes mundiais, ganhei do Cielo no Maria Lenk, fui campeão brasileiro adulto nos 100m", enumera. "O diabetes me tirou da minha zona de conforto, e sou grato porque, dessa maneira, aprendi a tratar muito melhor a minha saúde. Hoje eu tenho o diabetes como um bichinho de estimação do qual eu tenho que cuidar, para ter uma vida saudável dia após dia."
 
 
 
 

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