Fundador e ex-presidente da CBDN deixa legado de pioneirismo

Domingos Giobbi, em uma de suas escaladas na década de 50 / Foto: Arquivo

Rio de Janeiro - Pioneiro no montanhismo e nos esportes de inverno na América do Sul e, especificamente, no Brasil, Domingos Giobbi sempre se dedicou o quanto pode à difusão e ascensão dessas modalidades por aqui. É por isso que não só a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) como todo o mundo do esporte perde com o seu falecimento, aos 85 anos, ocorrido na última segunda-feira, em São Paulo.

Caçula de uma família italiana, Domingos nasceu em São Paulo, em abril de 1925 mas, logo aos cinco meses, cruzou o Atlântico para ser batizado na região de origem de sua família, em Schignano, Itália. Foi lá, inclusive, que deu seus primeiros passos no esqui e maturava a ideia de fazer montanhismo. 

Formou-se em Engenharia Civil em 1951, após constantes intercâmbios entre São Paulo e Milão. Três anos antes, em 1948, Domingos se associou ao Clube Alpino de Milão, onde pode escalar a La Grigna, na província de Lecco, na Itália.

No regresso ao Brasil, anos mais tarde, não tardou para realizar um de seus grandes desejos, que era conhecer as montanhas argentinas. Escalou então a Cordilheira dos Andes, na parte argentina. Em São Paulo, Giobbi foi conquistador de diversas vias de escalada no Pico do Jaraguá e na Pedra do Baú, entre outros locais, nas décadas de 40 e de 50.

Logo que voltou da terra dos hermanos, Domingos daria início à história dos desportos da neve no Brasil, fundando o primeiro clube de alpinismo do País, em 1959, nomeado como Clube Alpino Paulista. Giobbi costumava exaltar a criação do CAP. "O montanhismo não é apenas uma atividade física, vai além disso. Tem a sua história, o pensamento filosófico e é um modo de vida. É isso que eu queria para o meu clube", dizia.

Do fim da década de 50 em diante, Giobbi escalou uma série de montanhas mundo afora e cravou seu nome na história mais uma vez quando, em 1966, levou a primeira delegação brasileira ao Mundial de Ski Alpino, em Portillo, no Chile. Daí em diante, o Brasil sempre teve representantes: em 1970, em Val Gardena, Italia; em 1974, em San Moritz, Suiça; e assim em diante, até o Mundial de 1989, em Vail, Estados Unidos. 

A nomenclatura do Clube Alpino Paulista durou até 1989, quando juntamente com o Clube de Ski de São Paulo e o Clube Paranaense de Ski, formou-se a ABS (Associação Brasileira de Ski). Posteriormente, em 1999, após a inclusão do Snowboard cinco anos antes, o órgão muda novamente o seu nome para Associação Brasileira de Ski e Snowboard (ABSS). Por fim, em 2003, atendendo à recomendação do COB, a ABSS se torna a CBDN, Confederação Brasileira de Desportos na Neve, agregando assim todos os esportes praticados na neve no Brasil. 

Giobbi, fundador do CAP, presidiu o órgão até 2002, um ano antes de se tornar CBDN. Tem, portanto, marca indelével na crianção e no desenvolvimento dos desportos na neve no Brasil, sendo também precursor do montanhismo. 

Tanto a CBDN quanto o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) prestaram solidariedade à família do montanhista e são unânimes em exaltar seu pioneirismo no esporte brasileiro. 

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