Depois de 43 anos, Brasil pode ficar fora de uma Olimpíada no Salto
São Paulo - Desde os Jogos Olímpicos de Londres, em 1948, o Brasil já participou de 16 Olimpíadas na modalidade hípica do Salto. Desde então, só em Montreal-1976 não houve a participação de atletas brasileiros na categoria – sem contar o boicote à Olimpíada de Moscou, em 1980.
Mas os últimos resultados para o hipismo deixam o Brasil em uma situação delicada: sem conseguir a classificação nos Jogos Equestres Mundiais, em setembro, o Time Brasil precisa garantir uma das 3 vagas olímpicas para países das Américas nos Jogos Pan-americanos 2019, em Lima (Peru), se quiserem competir em Tóquio-2020.
As seis primeiras equipes dos Jogos Equestres Mundiais (EUA, Suécia, Alemanha, Suíça, Holanda e Austrália) – já garantiram a vaga de seus países para a Olimpíada 2020. Nos Jogos Pan-americanos, entre 26 julho e 11 agosto de 2019, habilitam-se à Olimpíada de Tóquio as primeiras três equipes do Pan. Mas como os EUA já têm vaga garantida após a vitória no Mundial, podem carimbar o passaporte para a Olimpíadas também as quatro primeiras classificadas, caso a equipe americana suba ao pódio. O Brasil já participou de 12 edições do Pan-americano e conquistou 5 medalhas de Ouro e uma de Prata. Porém, na última edição do Pan, em 2015, em Toronto, Canadá, o Brasil ficou apenas com o quarto lugar.
Concurso Top Riders na Hípica Paulista - Nos próximos sete meses, até o Pan-americano, a maior preocupação dos cavaleiros brasileiros será a classificação para as Olimpíadas de Tóquio. Muitos destes atletas vão estar reunidos até o dia 09, na Sociedade Hípica Paulista, no Concurso de Salto Nacional Top Riders.
É o caso do cavaleiro José Roberto Reynoso Fernandez Filho, líder do ranking brasileiro senior top 2018 e integrante do Time Brasil em Londres 2012; e do vice líder do ranking e atual vice-campeão brasileiro Senior Top, Stephan Barcha, integrante do Time Brasil na Rio 2016. Em 3º lugar no ranking brasileiro senior top 2018 encontra-se o brasiliense Luiz Felipe Pimenta Alves.
Curiosamente, José Roberto, Stephan e Luiz Felipe, ao lado Pedro Muylaert, em atividade na Europa, integraram o Time Brasil de Salto vice-campeão da seletiva pan-americana na Argentina, em 22 de novembro, carimbando o passaporte do país para Lima 2019.
No Concurso na SHP, são duas as provas válidas pela final do ranking brasileiro senior top 2018. Na sexta-feira, dia 7, tem a qualificativa do GP, a 1.45 metro, a partir das 15h30. Já o GP Top Riders, 1.50/1.55 metro, acontece no domingo, dia 9, com início previsto para as 15h00.
Além da disputa, o evento promete emocionar o cavaleiro José Roberto Reynoso Fernandez Filho. No sábado, dia 08, acontece a inauguração da nova pista de areia da Sociedade Hípica Paulista, que vai receber o nome do cavaleiro José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete (in memoriam), ilustre sócio da SHP e pai do cavaleiro José Roberto Reynoso Filho e da amazona Manoela Reynoso Gomes.
O retrospecto de Alfinete no hipismo o coloca entre os maiores ícones da história desse esporte no país. Foi, aos 15 anos, em 1965, na Itália, que Alfinete conquistou seu primeiro vice-campeonato Mundial de Juniores na Itália. Dois anos depois, em 1967, foi campeão pan-americano por equipes. Em 1968, conquistou o primeiro lugar no Troféu Royal Rider de Toronto, mesmo ano em que venceu a Prova das Nações de Genebra. Em 1968 fechou os Jogos Olímpicos do México em 7º lugar.
O cavaleiro conhecido pelo estilo único e impecável também foi tetracampeão brasileiro senior (1975/1976/1978 e 1981), hexacampeão do Torneio Pão de Açúcar na Sociedade Hípica Paulista (1975/1977/1978, 1980, 1982 e 1990) e três vezes vencedor do GP de Aniversário do Clube Hípico de Santo Amaro (1975, 1976 e 1980). José Roberto Reynoso Fernandez faleceu aos 54 anos, em janeiro de 2002.
O evento na SHP tem entrada franca e ainda vai disponibilizar pôneis para passeio das crianças.
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