No mês do combate ao diabetes, atletas promovem ação no Brazil Run Series
São Paulo - O diagnóstico como portador de dabetes tipo 1 (o corpo não produz insulina suficiente), foi um divisor de águas na vida de Emerson Bisan, a partir de 1995. Um ano depois, ele disputou a primeira de 20 maratonas.
Antes professor de musculação, especializou-se no treinamento em corrida e em 2006 criou a Nova Equipe, assessoria esportiva que se tornou ponto de encontro de corredores com a doença. Hoje ultramaratonista, Emerson dedica-se a conscientizar o público sobre a importância da prática de esportes no controle do diabetes. No próximo dia 30, ele e outros 14 atletas de várias modalidades disputarão a etapa final do Brazil Run Series/Circuito de Corridas Caixa, em São Paulo.
"Nós teremos um encontro no dia 29, reunindo atletas portadores de diabetes que são referência em seus Estados, nas modalidades que praticam, como Karatê, natação, triatlo, entre outros. Decidimos aproveitar o Brazil Run Series/Circuito de Corridas Caixa, no dia seguinte, para fazer uma ação de conscientização. Vamos nos apresentar aos participantes e disputar a corrida, mostrando que é possível, sim, ter uma vida normal com a doença", explica Emerson Bisan.
O ultramaratonista lembra do exemplo de Mark Spitz, nadador americano que conquistou o impressionante número de sete medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Munique/1972. "Quando descobri a doença, a primeira coisa que o médico me mostrou foi a história do Spitz. Ele também era diabético, e foi uma grande inspiração para mim", conta Emerson. "Há vários outros atletas, nas mais diferentes modalidades, que convivem muito bem com o diabetes, mas ainda existe muito preconceito. Há professores de educação física que não permitem que crianças nessa condição pratiquem esportes".
Para combater o preconceito e a falta de informações, Emerson também promove uma série de ações por meio da Associação do Diabetes Juvenil, a ADJ, da qual é voluntário. Neste sábado, o ultramaratonista fará o Tour Azul, uma corrida de 50 km passando pelos principais pontos turísticos de São Paulo. "Passaremos por lugares como a Avenida Paulista, Parque da Aclimação, USP e Jóquei Clube, cada um no seu ritmo. Quem não puder fazer os 50 km pode escolher um trecho menor para participar. As pessoas precisam entender que a maior limitação que um portador de diabetes pode ter é a falta de informação sobre os cuidados adequados."
O Circuito Caixa já teve etapas em Salvador (13/4), Uberlândia (03/5), Campo Grande (11/5), Belo Horizonte (25/5), Goiânia (08/5), Fortaleza (3/8), Recife (10/8), Porto Alegre (31/8), Ribeirão Preto (11/10) e Curitiba (19/10). O encerramento será em São Paulo (27/10). Presente em quatro das cinco regiões brasileiras, o evento conta com a chancela da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). As 12 provas somam pontos para o Ranking CBAt/Caixa de corredores de rua. Os dez primeiros colocados no ranking, no masculino e no feminino, garantem o patrocínio da Caixa para 2015.