Fabiana Murer tem grandes expectativas para 2016

Fabiana Muerer: cabeça tranqüila, treinos fortes e várias competições são os ingredientes da preparação na reta final para os Jogos Olímpicos / Foto: Getty Images

Pequim - A paulista Fabiana Murer viveu, nos últimos dois anos, grandes momentos no salto com vara. Em 2015, no Campeonato Mundial de Atletismo, disputado em agosto, em Pequim, ela conquistou a medalha de prata com ao saltar 4,85m, marca com a qual igualou o recorde sul-americano, que já era dela. O resultado seguiu a tendência demonstrada em 2014, quando Fabiana chegou ao bicampeonato da Diamond League, o principal circuito de competições do atletismo mundial.
 
Mas quando o assunto são Jogos Olímpicos, Fabiana Murer ainda sonha com um grande resultado. As participações nas edições de Pequim 2008 e Londres 2012 não saíram como o planejado e, assim, ela voltou para casa apenas com um 10º lugar na China e um 14º lugar na Inglaterra.
 
Por isso mesmo, apegar-se às experiências olímpicas é tudo o que Fabiana Murer, contemplada com a Bolsa Pódio do governo federal, não fará na reta final de preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. O plano é espelhar-se no sucesso vivido em 2014 e 2015 e, por isso, ela está confiante de que o ótimo momento se manterá até o dia 16 de agosto, quando começa a disputa do salto com vara feminino nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
 
Focada, Fabiana não pensa em descanso no Natal ou Ano Novo. A meta é dedicar-se ao máximo até a hora de defender o Brasil nos Jogos. “Estou em uma fase de treinamento intenso. Já tive férias em outubro e, agora, não tem mais parada. Em fevereiro, começo a fazer a temporada em pista coberta para me preparar para o Mundial de Pista Coberta, em março, nos Estados Unidos”, adiantou.
 
“Esse Mundial é importante para dar uma quebra nos treinamentos, para entrar em contato com as outras atletas e para ter ritmo de competição. Depois, volto para o Brasil e retomamos os treinamentos fortes. Então, começo a competir de novo no evento-teste, em maio (entre os dias 14 e 16, no Estádio Olímpico), e, depois, faço algumas etapas da Liga Diamante para reencontrar as adversárias, voltar a ganhar ritmo e ter parâmetros para me preparar para as Olimpíadas”, continuou.
 
Segundo Fabiana, o objetivo para a temporada outdoor é disputar várias competições antes dos Jogos Olímpicos. “Eu devo ir para a Europa depois do evento-teste e devo fazer três etapas da Liga Diamante. Então, volto para o Troféu Brasil e, depois, retorno para a Europa em julho para mais duas etapas. Não está nada fechado ainda, mas o plano é esse. Devo voltar para o Brasil uns 15 dias antes das Olimpíadas para dar aquela descansada e fazer alguns treinos para manter a forma até a hora de competir no Rio. As Olimpíadas estão chegando, mas ao mesmo tempo ainda tenho muita coisa pela frente até lá”, ressaltou a saltadora.
 
Pressão
 
Nascida em Campinas (SP), Fabiana completará 35 anos no dia 16 de março. Há quase duas décadas, em 1997, quando ela tinha 16 anos, o salto com vara entrou em sua vida após um teste de atletismo realizado na Orcampi, em Campinas. Começava ali a carreira de saltadora. E hoje, quando olha para trás, Fabiana sente orgulho de sua evolução e do espaço que conquistou no cenário internacional.
 
“Eu sempre busco estar entre as melhores do mundo Estou há 10 anos entre as 10 melhores do mundo e fico contente em conseguir me manter em forma por todos esses anos. Meu objetivo era sempre esse: competir e me manter bem para chegar em 2016 com chances de medalhas”, destacou.
 
Indagada sobre a expectativa para os Jogos do Rio e sobre como ela lida com a pressão de ser considerada pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) como o principal nome para uma medalha do Brasil no atletismo em 2016, Fabiana afirmou que a experiência faz muita diferença nessa hora e que o amadurecimento que obteve no último ciclo olímpico a ajudará a controlar nos nervos até agosto.
 
“Hoje me sinto bem mais experiente do que há quatro anos e me sinto mais forte para encarar as grandes competições. O ano de 2015 foi excelente, com boas provas, boas marcas e, se passar bem pelos treinamentos, com certeza vou chegar confiante para as Olimpíadas”, afirmou.
 
Para ela, competir diante da torcida brasileira não torna as coisas mais difíceis, como dizem alguns atletas, que se sentem mais nervosos quando sabem que familiares e amigos estão nas arquibancadas. “Eu acho bom. Gosto de ter a torcida a favor, acho que é legal. Lógico que dá aquele nervosismo maior, mas tenho que saber lidar com isso e com essa pressão toda. O atleta sempre convive com pressão. Ela só vai crescendo e quem não souber lidar com isso não está pronto para ser um atleta de ponta e de alto nível. Todos os que foram bem-sucedidos souberam lidar com isso. Se eu estiver bem treinada, se tiver feito boas competições, nada vai me atrapalhar. Eu gosto de competir no meu país”, afirmou Fabiana.
 
Fica, então, a pergunta final: e as chances de medalha em 2016?
 
Para ela, se o pódio vier será uma simples conseqüência de todo o trabalho realizado. “Ganhar uma medalha em uma Olimpíada é sempre muito difícil. Todos os atletas querem essa medalha. Sempre é muito disputada, muito concorrida. Sei que tenho condições, mas também sei que tem mais umas seis atletas que têm chances de ganhar essas medalhas”, analisou.
 
Para ela, assim que a hora da disputa começar, o momento será de se agarrar às melhores lembranças da carreira, extrair o máximo de energia da torcida, e partir para bons saltos. “O Engenhão (como também é conhecido o Estádio Olímpico) é um bom lugar para saltar. Tenho boas lembranças do Pan de 2007 (quando faturou a medalha de ouro) e se tudo estiver bem dá para buscar boas marcas de novo. Acredito que a prova vai ser bem forte, bem disputada, sei que tenho condições, e vou para fazer meu melhor como sempre fiz. Estou bem tranqüila em relação a isso”, finalizou.
 
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