Maior caso de doping do século XX reaparece em campanha

Johnson celebra sua "vitória" no ouro olímpico de 1988, em Seul / Foto: Getty Images

Rio de Janeiro - Ben Johnson, responsável por uma das mais infames fraudes envolvendo drogas e esporte no século XX, é o rosto improvável de uma nova campanha antidoping. O ex-atleta adverte com veemência que o atletismo precisa de ajuda.

Há décadas, em 24 de setembro de 1988, o mundo esportivo ficou chocado com o anúncio de que o então velocista canadense tinha falhado em um teste de drogas de rotina e que seria destituído de seu título olímpico dos 100 metros nas Olimpíadas de Seul. A medalha ficou com Johnson por apenas 48 horas.
 
O ex-atelta nunca será capaz de escapar do que continua sendo um dos maiores escândalos da história olímpica, mas busca corrigir alguns erros.
 
Com o 25º aniversário da descoberta do doping se aproximando, o velocista deu início a uma turnê antidoping com a marca de roupas esportivas SKINS, na Coreia do Sul.
 
Johnson garante que não receberá qualquer pagamento para liderar a campanha #ChooseTheRightTrack (Escolha o Caminho Certo), que visa melhorar radicalmente um sistema que os atletas ainda violam hoje.
 
"Ganhar uma medalha de ouro e ser o melhor do mundo me custou minha reputação, minha vida", disse Johnson. "Estou aqui para tentar mudar isso. Tentando limpar o ar e limpar parte da minha vida, ajudar as gerações futuras e futuros atletas, atletas do meu calibre, que testaram positivo e que entraram no mesmo barco que eu. Quero ajudá-los e dizer que não estão sozinhos", afirmou o ex-velocista.
 
O canadense diz que quer mudar a mente das gerações seguintes. 
 
No anúncio da campanha, Johnson falou de um mundo em que o uso de drogas era comum, com uma história particularmente chocante de 1983, dos Jogos Pan-Americanos de Caracas, na Venezuela. À época, inúmeros atletas como ele estavam com medo de testar positivo, segundo Johnson.
 
No início deste mês a IAAF, órgão máximo do atletismo mundial, reforçou as suas restrições sobre doping, anunciando planos para que haja suspensão de quatro anos a partir de 2015 para quem for pego com substâncias ilícitas no corpo.
 
A campanha de Johnson, no entanto, pede mais: uma Agência Mundial verdadeiramente independente, financiada pelo movimento antidoping e capaz de fornecer um suporte ao atleta que testar positivo. 
 
 

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