Evento-teste do Hóquei sobre Grama recebe elogios
Rio de Janeiro - O Campeonato Internacional de Hóquei sobre Grama, torneio que serve como evento-teste da modalidade para os Jogos Olímpicos Rio 2016, só termina no sábado (28.11), com as finais dos torneios masculino e feminino. Mas nesta quarta-feira (25.11), segundo dia de competição, já havia um coro formado pelas opiniões de atletas e dirigentes em relação à estrutura e à organização: tudo está ótimo.
Nem a chuva que molhou os campos incomodou os jogadores. “Não atrapalha. É até melhor, porque fica mais lisinho para deslizar a bola”, disse Eloisa Peyloubet, nascida na Argentina, mas registrada em Florianópolis e que defende a Seleção Brasileira feminina de hóquei sobre grama ao lado da irmã Jacqueline. Ambas concordam que os campos construídos no Complexo Esportivo de Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão excelentes. “Está tudo perfeito para a gente. O campo é perfeito. A gente está muito contente de estar aqui”, contou Jacqueline.
Para Mayara Fedrizzi, também da Seleção Brasileira feminina, o nível da organização permite que os atletas se concentrem apenas no jogo. “Há toda uma organização por trás que é muito importante para o hóquei funcionar A gente consegue ficar focada só no jogo e isso é muito importante para o atleta”, afirmou.
O evento-teste do hóquei sobre grama está testando 25 áreas funcionais, entre elas as operações de competições esportivas, de resultados e de serviços médicos. São 230 colaboradores em ação em Deodoro, dos quais 166 são voluntários - e que devem ser os mesmo a entrar em ação durante o campeonato olímpico de hóquei no ano que vem.
“Não é um dos nossos ‘major test events’, como a gente chama, que são os eventos em que a gente tem todas as áreas do Rio 2016. O foco principal para nós é realmente a área de competição, gerenciamento da competição, a parte de cronometragem e resultado, que a gente não pode errar durante os jogos, porque existe uma série de protocolos ligados a isso, então essas são as áreas chave. Mas também tem a parte de serviço para os atletas, embora eles não estejam na Vila, como eles estarão durante os Jogos, todos estão hospedados num hotel só. A Federação Internacional também está recebendo uma série de serviços, então a gente vai testando em doses pequenas se comparado aos Jogos, mas é fundamental para a gente entender se está indo no caminho certo ou não”, explicou o diretor de Esportes do Comitê Rio 2016, Rodrigo Garcia.
Para ele, o retorno dado pelos atletas e dirigentes durante o torneio tem sido fundamental. “Ver o Brasil jogando no campo que vai ser o futuro campo dos Jogos Olímpicos é emocionante por ser brasileiro, mas por outro lado é fundamental para que a gente possa coletar informações dos atletas, entender um pouco deles, o que eles estão sentindo, não só do campo, mas da organização, das pessoas que estão envolvidas, das pessoas que devolvem a bola, que isso é fundamental no jogo de hóquei, a arbitragem, a Federação Internacional.. Até agora o que a gente tem recebido de retorno é que tudo está correndo bem legal, cada dia que passa nossa equipe também está mais treinada, assim como uma equipe que está em competição”, afirmou Rodrigo Garcia.
O 17º evento-teste no calendário do Aquece Rio, série de eventos-testes para os Jogos Rio 2016, reúne cento e quarenta e quatro atletas, em oito equipes. No masculino, o Brasil disputa uma vaga no final contra as seleções do México, Trinidad & Tobago e Chile. Os brasileiros empataram em 1 x 1 com Trinidad e venceram o México por 2 x 0. Na sexta-feira (27.11), enfrentam os chilenos. No feminino, o Brasil perdeu para Barbados por 2 x 1 e empatou com o Paraguai em 1 x 1. Também na sexta-feira, as meninas brasileiras enfrentam a seleção do Peru. As duas melhores equipes do masculino e do feminino se enfrentam nas finais, marcadas para o sábado (28.11). Os outros times disputam, também no sábado, o terceiro lugar em seus respectivos torneios.
Legado
Os campos de 91,40m x 55m do hóquei sobre grama - que é jogado sobre grama sintética - trazem as cores da bandeira do Brasil: a parte interna é azul, com as bordas verdes, e as linhas são brancas. Todas as cores são contrastantes com as bolas amarelas, o que facilita a visualização das jogadas. Hoje com assentos em apenas uma das laterais, o campo principal do Centro Olímpico de Hóquei ganhará arquibancadas temporárias para 8 mil pessoas. Já o campo secundário terá capacidade para 5 mil torcedores.
Além dos dois campos já finalizados, o complexo contará ainda com um campo de aquecimento para os Jogos Olímpicos Rio 2016 Após os Jogos, as instalações deverão servir para treinamentos de equipes de alto nível e para programas sociais que envolvem a prática esportiva.
“O legado que 2016 vai deixar para a gente vai ser muito importante para o desenvolvimento do hóquei. Vai ter mais dois campos no fundão, que vão ser para treinamento, então vamos ter quatro campos no Rio de Janeiro e vai ser muito interessante para a gente”, disse Matheus Borges, da Seleção Brasileira da modalidade. “A gente sempre joga em campos adaptados, como campo de futebol, e aqui a gente vai conseguir mostrar, trazer público para ver, até fazer escolinhas, espero que seja utilizado muito”, completou Mayara Fedrizzi.
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