“Não vou me abater”, diz goleiro do Pan acusado de abuso sexual

Thyê Mattos, acusado de abuso, não pode sair do país com a seleção de pólo / Foto: Satiro Sodré / SSPress

Rio de Janeiro – O retorno do pólo aquático masculino do Brasil à elite olímpica, com a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e a conseqüente classificação para a Rio 2016, foi ofuscado por uma polêmica envolvendo o goleiro da seleção, Thyê Mattos, acusado de abuso sexual durante a competição, ocorrida em julho.
 
Em silêncio desde então, o atleta de 28 anos está proibido de deixar o país para treinar ou competir com a seleção e corre o risco de não ser convocado para as Olimpíadas do ano que vem, fato que deixa o atleta pesaroso, mas não abatido, como ele mesmo fez questão de dizer.
 
“Disputar as Olimpíadas no Rio é meu sonho. Eu durmo e acordo pensando nisso, é uma oportunidade que está na minha cara. Amo meu país mais do que tudo nessa vida e vou defender as cores dessa bandeira até derramar meu sangue. Tive esse problema pessoal, como todo mundo tem os seus problemas, mas eu continuo levando a minha vida”, declarou o atleta, em entrevista ao GloboEsporte.com.
 
Thyê diz se apoiar na família e prefere não entrar muito no assunto da acusação criminal. “Minha família, amigos e pessoas próximas estão do meu lado. Sou um atleta profissional e o mais importante é falar sobre o esporte, sobre minha profissão. Meu foco é o polo aquático, não gostaria de comentar sobre outro assunto, isso é uma coisa da minha vida pessoal”, disse.
 
Não só o jogador de pólo que está envolvido em acusações de abuso sexual. Três meses após seu caso vir à tona, dois jogadores da seleção de futebol também foram acusados de cometer o mesmo crime durante o Pan de Toronto: o atacante Lucas Piazon e o goleiro Andrey. Todos estão sendo investigados depois de saírem com mulheres que conheceram em uma boate da cidade canadense.
 
“É estranho essas duas situações terem acontecido no mesmo lugar. Eles estão procurando resolver da maneira deles, são dois povos diferentes, duas culturas diferentes. Mas não quero mais falar sobre o assunto, me desculpe”, afirmou o goleiro.
 
Treinando com a seleção no Parque Aquático Maria Lenk, Thyê não acompanhará a seleção nos próximos compromissos, na Croácia, Sérvia e Montenegro. Perdeu também um período de intercâmbio em países europeus com outros jogadores brasileiros e busca, na Justiça, revogar a decisão que o proíbe de deixar o país.
 
“Sei que existem muitas diferenças em estar jogando aqui no Brasil e na Europa, jogar com os melhores do mundo te ajuda. Mas as dificuldades estão aí para serem superadas, não vou me abater. Não vou baixar a cabeça e abrir mão do meu sonho de vida. Aqui no Brasil também temos boas piscinas, continuo treinando e jogando com o Paulistano, e agora nas férias também treino aqui no Rio no clube do Botafogo e do Fluminense”, garantiu o atleta.
 
Recentemente o técnico da seleção foi franco quanto à situação de Thyê. O croata Ratko Rudic disse que “sem jogar, é muito difícil”, mas que, ao mesmo tempo, “não se sabe ainda nada”.
 
Enquanto isso, o jogador brasileiro sonha alto. “O polo aquático melhorou bastante no Brasil nos últimos anos, mas acho que a estrutura ainda é defasada, é preciso evoluir. E nosso esporte tem os requisito para dar certo do Brasil, que é a bola e o gol, isso poderia ser melhor aproveitado, poderia ser massificado”, espera Thyê.
 
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