CBB intima jogadoras a explicarem boicote em tribunal

Basquete brasileiro em crise / Foto: Divulgação / Fiba

Rio de Janeiro – A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) retalhou as sete jogadoras que pediram dispensa do evento-teste realizado no último final de semana intimando o grupo a prestar esclarecimentos sobre o ato ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Basquete, em audiência na próxima quinta-feira, às 13h, no Rio.
 
Adrianinha, Tainá Paixão, Tati Pacheco, Gilmara, Joice, Jaqueline e Tássia foram as intimadas, via e-mail. Formalmente, as atletas alegaram motivos pessoais para não estarem nos jogos da seleção.
 
A intenção da CBB seria não punir as atletas pelo boicote, mas sim o colegiado de clubes que as orientou em direção ao ato. A atitude teria partido de Paulo Schmitt, consultor jurídico da CBB. "A CBB vai seguir dentro das leis, respeitar todos os regulamentos e fazê-los cumprir. Existe uma hierarquia na modalidade como em todo o esporte e essa hierarquia será respeitada", dizia uma nota de 4 de dezembro enviada ao UOL Esporte.
 
O boicote das jogadoras colocou a CBB numa saia justa, precisando chamar de última hora jogadoras que já não vestiam a camisa da seleção há muitos anos – inclusive uma jogadora desempregada, e outra que nunca havia defendido o Brasil.
 
Agora, a intimação judicial gerou revolta de um dos líderes do colegiado de clubes que está em litígio com a CBB. Molina, gestor do Corinthians/Americana, desabafou nas redes sociais, com muita ironia, alegando estar indignado com a intimação e com a atitude da CBB.
 
Confira a íntegra do texto publicado por Ricardo Molina:
 
# luto pelo basquete feminino#
 
Descobri que realmente eu estou errado. Realmente não conheço basquete e nem as pessoas e peço desculpas por ter errado tanto.
 
Tenho que reconhecer: CBB ganhou o jogo. Carlos Nunes, Vanderlei, Barbosa e Adriana Santos. Todos de parabéns pelo "patriotismo" e pela lição que deram a todos nós por tamanho exemplo de comprometimento ao Brasil. Foi lindo de ver. Até porque nenhum destes trabalhou em clubes e não imagina que por aqui o basquete feminino está lindo.
 
A Federação Paulista, o sr. Enio, está realmente certo. Tem que estar no Rio com a CBB ao invés de cuidar dos clubes paulistas que estão se matando para se manter de pé e pedindo respeito ao basquete feminino. Eles reclamam muito, presidente. Está tudo ótimo, poxa.
 
Parabéns à Liga de Basquete Feminino dos clubes, que dos clubes não têm nada. Segue a ordem da maior e ponto.
 
Parabéns ao agente Fabio Jardine por orquestrar tamanha aberração. Muita maestria. Trazendo a desempregada Erika, que já estava empregada antes de ir para a seleção e vendeu como a patriota que saiu da Turquia pela nossa bandeira. Muito bom. Por coincidência, mesmo agente da Clarissa. Mas é só coincidência. O cara é realmente bom.
 
Parabéns às atletas que lá estiveram na seleção. Isso que é patriotismo. Baita exemplo. Baita referência para as novas gerações.
 
Olha, é tanta gente para parabenizar. Parabéns aos clubes por se manterem de pé com tanta dificuldade. Alguns até não medindo o preço e ações para ganhar o campeonato. Deixo aqui um abraço antecipado.
 
Olha, é uma lista de pessoas que realmente amam o B$SQU$TE feminino. Quanta gente preocupada com o basquete feminino. Isso é muito bom. Tem CBB, tem LBF que não é dos clubes, Federação Paulista.
 
Poxa, fico aliviado por tanta gente boa cuidando do basquete feminino. Um baita agente cuidando de 99% das atletas brasileiras usando da melhor forma de tirar ótimos C$ontrat$os. Para o bem das atletas, claro.
 
Quanto à nossa torcida, ainda não sei dizer se teremos jogo nesta quinta pois, através do STJD , a CBB (aquela que o Vanderlei e o Barbosa disseram que respeitou as dispensas) intimou as atletas que pediram dispensa a estarem no RIO justificando as dispensas exatamente no mesmo dia do nosso jogo. Então não sei se teremos 5 jogadoras em quadra.
 
Tô aliviado. Acho que fui até injusto com todo esse povo. Desculpem. Vocês fazem o melhor pelo basquete feminino. Isso me deixa muito tranquilo para cuidar das minhas jogadoras e comissão técnica que priorizaram estar em Americana, jogar para nossa torcida e patrocinadores, de pé e até o fim.
 
Hoje tive a certeza absoluta de que, com tanta gente boa, não preciso me preocupar com o basquete feminino e nem falar mais sobre o assunto.
 
Um abraço a todos. Até!
 
Veja Também: 
 

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Curta - EA no Facebook