Janeth recorda medalha heroica do basquete feminino em Sydney 2000

Janeth foi a cestinha da equipe na competição, com média de 20,5 pontos por partida / Foto: Getty Images

Rio de Janeiro - Para a seleção brasileira feminina de basquete, os Jogos Olímpicos de Sydney 2000 representaram um dos maiores desafios já encarados pela equipe. Depois do título mundial em 1994 e da prata em Atlanta 1996, a pressão em cima de uma equipe renovada, que já não contava com Paula e Hortência, era enorme.
 
A equipe demorou a engrenar dentro da competição, mas correspondeu no fim das contas e, liderada por Janeth, o grande nome da geração, conquistou mais uma medalha para o basquete brasileiro. Uma medalha de bronze, mas com um sabor muito mais doce para quem viveu aquela campanha.
 
 “Essa medalha teve um gostinho especial de ouro. Passamos por momentos difíceis, mas superamos tudo com muita união. Essa foi uma geração de jogadoras vencedoras e que deram muito orgulho ao basquete brasileiro”, lembra Janeth, autora de 164 pontos na campanha, uma média de 20,5 por partida.
 
“Éramos uma geração que estava sendo renovada e muito unida. Fazíamos muitas brincadeiras com as novatas, que buscavam o lanche da noite. Ficávamos em dois apartamentos com seis atletas em cada, mas sempre nos reuníamos para conversar sobre a importância de estar lá e até onde desejávamos chegar. Aquela medalha representou muito para o nosso basquete”, diz a ex-atleta.
 
O caminho até a medalha, no entanto, não foi nada fácil. Com duas vitórias — 76 x 60 na Eslováquia e 82 x 48 em Senegal — e três derrotas — 70 x 81 para a Austrália, 70 x 73 para a França e 60 x 61 para o Canadá — na primeira fase, as brasileiras encontraram nas quartas de final a Rússia, uma das potências da modalidade.
 
Com direito a cesta da ex-pivô Alessandra no último lance, o Brasil venceu as russas por 68 x 67 e se classificou para a semifinal, assegurando pelo menos o direito de brigar por uma medalha em Sydney.
 
“Lembrei a todas que se ganhássemos da Rússia, iríamos estar entre as quatro melhores. Uma derrota nos levaria para a decisão de quinto ao oitavo. Eu estava com muita confiança na vitória e acho que consegui passar essa força para as meninas. Eu ficava o tempo inteiro gritando para elas que a medalha era nossa. E chamei a responsabilidade para mim”, conta Janeth.
 
Na semifinal, derrota para a Austrália por 64 x 52, mas vaga na disputa pelo bronze com a Coreia do Sul. Em mais um jogo acirrado e decidido na prorrogação, a seleção brasileira venceu as asiáticas por 84 x 73 e conquistou a segunda medalha consecutiva nos Jogos Olímpicos.
 
“Depois de tantos anos, ainda consigo me lembrar da festa que fizemos para comemorar dentro da vila olímpica. São memórias como essas que ficam e são eternas. Estávamos muito felizes e foi a minha segunda medalha olímpica. Desejo para as meninas que vão disputar os Jogos Olímpicos do Rio que elas vivam eternamente este momento”, recorda Janeth.
 
Na final, os Estados Unidos ficaram com o ouro ao bater a Austrália por 76 x 54.
 
A campanha do Brasil em Sydney 2000:
 
Brasil 76 x 60 Eslováquia
Brasil 70 x 81 Austrália
Brasil 82 x 48 Senegal
Brasil 70 x 73 França (63 x 63 no tempo normal)
Brasil 60 x 61 Canadá
Brasil 68 x 67 Rússia
Brasil 52 x 64 Austrália
Brasil 84 x 73 Coréia do Sul (65 x 65 no tempo normal)
 
 

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