Treinador descarta conversa com quem boicotou seleção: “vai parecer assédio”

Jogadoras brasileiras boicotaram seleção por rixa de seus clubes com a CBB / Foto: Roberta Rodrigues/CBB

Rio de Janeiro – A polêmica envolvendo os clubes brasileiros e a Confederação Brasileira de Basquete colocou o técnico Antônio Carlos Barbosa em uma situação complicada. Sem mais da metade do time feminino que ele convocou para o evento-teste deste final de semana (sete jogadoras boicotaram a seleção sob recomendação de seus clubes), ele acredita ser difícil reverter a situação a curto prazo.
 
Mesmo com a dificuldade de treinar e entrar em quadra sem as principais jogadoras, Barbosa se recusa a intrometer diretamente e tentar contato com as atletas que se recusaram a vestir a camisa da seleção.
 
“Não, eu não vou conversar com elas porque vai parecer assédio. Algumas dessas meninas iniciaram no basquete comigo, na seleção, outras eu acompanhei o início delas, outras já jogaram comigo, então eu acho que a minha entrada nisso pode ser mal interpretada. Eu não quero constrangê-las”, preocupa-se Barbosa.
 
O treinador afirma que não quer causar constrangimento na relação das jogadoras com seus clubes. “Com os clubes eu acabo conversando, mas de uma maneira bem descompromissada, porque eu vou assistir a alguns jogos e consequentemente vou ter contato com os clubes. Mas eu acho que para as Olimpíadas a situação é outra, com certeza todas irão. De qualquer forma, nem eu e nem a CBB temos a intenção de manter uma animosidade com os clubes, porque os clubes são a razão de ser do basquete, são a razão de ser da seleção”, emenda o técnico.
 
O boicote ocorreu por parte das atletas Gilmara Justino, Joice Rodrigues, Jaqueline Silvestre, Tássia Carcavalli, Adrianinha, Tainá Paixão e Tatiane Nascimento. Todas enviaram carta pedindo dispensa por problemas pessoais. Seus clubes (Corinthians/Americana, América-PE, Santo André e Presidente Venceslau) as orientaram a não comparecerem a convocação, por estarem em desagrado com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
 
“Quero deixar bem claro uma coisa, ninguém não veio porque quis, elas praticamente tiveram que cumprir o contrato delas com quem as paga. Aquelas que não puderam comparecer, com certeza terão nova oportunidade. Nós vamos observar todas as jogadoras e fazer uma nova convocação para as Olimpíadas. Lógico que para um evento-teste desse, o ideal seria que nós tivéssemos todas as melhores jogadoras, mas infelizmente houve algumas atitudes radicais em que os interesses se sobrepuseram aos interesses do basquete”, explica Barbosa, isentando as jogadoras.
 
Depois de vencer com folga a seleção argentina na terça (81 a 39), as meninas voltam à quadra nesta quarta para um novo amistoso, dessa vez na arena Carioca 1, inaugurada na terça para a imprensa pelo prefeito Eduardo Paes, dentro do Parque Olímpico. O jogo será contra a Austrália, às 16h30. O evento teste vai de sexta a domingo e conta com as seleções do Brasil, Argentina, Venezuela e Austrália.
 
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