Robson bate francês e conquista ouro inédito: "Hoje eu acho que fiz história"

 

Robson Conceição domina o boxe na categoria até 60kg / Foto: Christian Petersen / Getty Images

Rio de Janeiro - Robson Conceição, o baiano de Salvador que, na sua estreia olímpica, em Pequim 2008, foi eliminado na primeira luta, refez sua história e escreveu um novo capítulo na narrativa do boxe brasileiro nesta terça-feira, ao se sagrar campeão olímpico na categoria até 60kg, derrotando o francês Sofiane Oumiha na final. 

Ele, que já tinha prometido, no domingo de Dia dos Pais, dar uma medalha à sua filha Sophia, que completa dois anos na sexta-feira, garantiu o mimo e fez ele ser dourado. Mas o enredo estava mesmo favorável para o brasileiro. Depois de uma luta difícil, mas convicente, contra o cubano Lazaro Alvarez nas semifinais, ele chegou à final com status de favorito, mesmo sem nunca ter lutado contra o francês. 

Nesta terça, o baiano entregou uma vitória incontestável no Pavilhão 6 do Riocentro. Por decisão unânime dos jurados (30-27, 29-28 e 29-28), Robson supera Esquiva Falcão, medalhista de prata em Londres 2012, e chega à melhor campanha do Brasil no boxe na história dos Jogos Olímpicos. 

Brasileiro foi absoluto sobre o francês / Foto: Al Bello / Getty Images

Outros três brasileiros possuem medalha de bronze no esporte em Olimpíadas: Servílio de Oliveira (Cidade do México 1968), Yamaguchi Falcão (Londres 2012) e Adriana Araújo (Londres 2012). 

O fato é que ninguém tinha feito o que Robson fez no Riocentro, com o apoio de milhares de pessoas que transformaram o pavilhão 6 num verdadeiro coliseu verde e amarelo, que pulsou nos três rounds com gritos de incentivo. 

"Foi a luta mais difícil que eu tive até hoje na minha vida. Hoje eu acho que fiz história", resumiu Robson à imprensa, na zona mista, após receber a medalha de ouro. "[A vitória] Representa muita alegria, minha infância humilde, isso para mim hoje é tudo. A torcida gritando meu nome, foi uma experiência incrível. Eu agradeço a Deus e à torcida", emendou o campeão. 

Como não poderia deixar de ser, o brasileiro foi questionado sobre sua passagem ao boxe profissional, caminho natural da maioria dos pugilistas amadores. "Agora vou conversar com a Confederação, meus técnicos e ver o que é melhor para mim. Todos os atletas têm o sonho de ser campeão olímpico e depois o cinturão mundial. Mas agora eu penso em descansar a mente e depois ver como fica", respondeu. 

O atleta fez um paralelo com suas duas primeiras Olimpíadas e disse que veio para a Rio 2016 muito mais focado - ele nem saiu para trocar os tradicionais pins que o Comitê Organizador distribui para a diversão dos atletas.

Robson no lugar mais alto do pódio / Foto: Al Bello / Getty Images

"Sofri muito nos treinos, penei muito e graças a Deus eu cumpri a meta. Antes eu tinha como um sonho participar de uma Olimpíada, cheguei novo, nunca tinha visto isso na minha vida. Agora foi diferente, me desliguei de redes sociais, de tudo, nem os pin que eu recebi para trocar na Vila, até hoje não peguei no pin (risos), então isso fez a diferença, muito foco e muita vontade", declarou. 

Assim como Diego Hypolito, que conseguiu sua medalha após dois fracassos em Olimpíadas, Robson Conceição deixou uma mensagem de determinação para todos os atletas brasileiros.

"Nunca desista, se fosse pela derrota hoje eu não estaria aqui. No início do boxe eu tive dez lutas, pense no tanto que eu apanhei. Se fosse por isso eu não estaria aqui. São anos de dicação, trabalho duro e eu estou muito feliz. Eu não quero acordar nunca desse sonho", conclui o terceiro campeão olímpico do Brasil na Rio 2016. 

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