Há um ano na Rio 2016: Rafael Silva conquista o bronze

Judoca de bronze / Foto: Wander Roberto/Exemplus/COB

Rio de Janeiro - A sexta-feira, dia 12 de agosto de 2016, vai ficar na memória de Rafael Silva. Foi há um ano que o judoca conquistou seu segundo bronze olímpico na categoria pesado (+100kg) e encerrou a participação da modalidade nos Jogos Rio 2016.
 
E engana-se quem acha que foi um processo fácil. Baby, como é conhecido, superou muitos percalços antes da conquista olímpica. Em julho de 2015, na véspera dos Jogos Pan-americanos Toronto 2015, ele rompeu o peitoral maior. Passou por uma cirurgia e somente em janeiro de 2016 conseguiu retornar ao tatame. Foi aí que começou uma verdadeira batalha para a sua recuperação.
 
"Fiquei desesperado quando perdi minha primeira luta após meu retorno e pensei que seria muito difícil voltar. A partir daí fiz três ou quatro competições em que perdi na primeira ou na segunda luta. É difícil você ganhar confiança assim. Mas tive muita perseverança e minha equipe também confiou bastante na recuperação. Quando voltei a medalhar a confiança foi voltando até definir a minha vaga e ver que eu tinha chance real de conseguir mais uma medalha olímpica", disse Rafael no dia seguinte à sua conquista nos Jogos Rio 2016.
 
Baby colocou seu nome no seleto grupo de judocas donos de duas medalhas olímpicas (bronze em Londres 2012 e na Rio 2016), assim como Mayra Aguiar (também com o bronze em Londres 2012 e na Rio 2016), Aurélio Miguel (ouro em Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996), Tiago Camilo (prata em Sidney 2000 e bronze em Pequim 2008) e Leandro Guilheiro (bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008).
 
A trajetória de Baby até a medalha começou ainda pela manhã, com duas vitórias incontestáveis. Na primeira luta, o judoca passou facilmente pelo hondurenho Ramon Pileta, aplicando primeiro um wazari e, em seguida, um ippon. Nas oitavas de final, Baby venceu o russo Renat Saidov, terceiro colocado no campeonato mundial de Chelyabisnk em 2014, também com um ippon.
 
Nas quartas de final, no entanto, Baby teve pela frente o dono da medalha de ouro dos Jogos Londres 2012 e nove vezes campeão mundial, o francês Teddy Riner. Lutou bravamente, mas sofreu um wazari durante o confronto e não conseguiu aplicar nenhum golpe no adversário – que poucas horas depois se sagrou bicampeão olímpico.
 
Mesmo com a derrota, a caminhada de Baby não estava encerrada. O brasileiro foi para a repescagem e, numa luta com poucas chances de golpe dos dois lados, derrotou o holandês Ron Meyer ao receber apenas uma punição (shido), contra duas do adversário. Foi quando o caminho para um novo bronze olímpico começou a parecer mais claro.
 
Na disputa pela medalha, Rafael enfrentou o medalhista de prata em Pequim 2008, o uzbeque Abdullo Tangriev, de 35 anos. Mais jovem – com 29 anos na época – e aparentando bem menos cansaço, Baby foi mais agressivo durante todo o combate e acabou vencendo com um yuko, que levantou a torcida presente na Arena Carioca 2.
 
"Foi tudo diferente de Londres, lutei com adversários diferentes. E venho de uma recuperação, então teve um gostinho a mais. Por estar em casa também... Era uma gritaria ali que emocionava muito", disse na ocasião.
 
O judoca também dividiu com a torcida a conquista pelo bronze. Em especial sua esposa que, da arquibancada, o incentivou. "A torcida estava gritando muito, mas consegui identificar a voz da minha esposa. Acho que o torcedor sofre mais do que a gente porque, de certa forma, não pode fazer nada ali de fora. É totalmente diferente quando você está em casa, uma energia muito boa a cada golpe e a cada reação. Me empurraram para ter esse bom resultado", afirmou na época.
 

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