Brasileiro ganha doação suíça de R$ 40 mil para tentar vaga na Rio 2016

Steve estampa jornal na Suíça / Foto: Reprodução / Sonntagszeitung

Rio de Janeiro – Aos 31 anos, nascido em São Paulo e com um nome característico de estrangeiros, Steve Hiestand não esperava que uma conversa informal às margens do lago Zurique com um amigo remador suíço mudaria sua vida substancialmente.
 
Na ocasião, o então administrador de uma empresa de treinamento esportivo personalizado, teve a ideia ousada de tentar disputar uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Abriu mão da carreira no escritório para tentar outra na água, na seleção brasileira de remo.
 
Filho de pai suíço e mãe brasileira, Steve mora na bucólica cidade de Wädenswill, considerada um patrimônio mundial da humanidade pela Unesco, e por onde passa o lago em que costumava conversar com seu amigo.
 
Fã de esportes e praticante de diversas modalidades como ciclismo,corrida, triathlon, natação e, principalmente, remo, Steve explica o porquê de ter embarcado na ideia de tentar integrar a equipe olímpica do Brasil.
 
“Testando esses caras [átletas do alto rendimento], vi que meu condicionamento estava quase igual ao deles, apesar de minha função ser muito mais de acompanhar os atletas do que de praticar exercício. Mas vi pelos resultados físicos dos outros que ainda dava para competir no alto rendimento”, contou, ao blog do Daniel Brito.
 
Formado em educação física, o também personal trainer começou a por a ideia em prática em 2013, ainda na Suíça. Largou o país europeu e voltou ao Brasil no ano passado mas não conseguiu bons resultados na primeira temporada por aqui.
 
No retorno à Suíça, angariou uma campanha de arrecadação online e conseguiu o impensável: R$ 37 mil para arcar com o transporte de seu próprio barco até o Brasil.
 
“O crowd funding [financiamento coletivo] não para que os suíços bancassem um suíço a disputar o Rio-2016. Era para o brasileiro que mora na Suíça representar seu país, o Brasil, nos Jogos. E a resposta foi incrível”, explica.
 
Os resultados melhoraram, conquistou um bronze numa regata na Eslovênia depois de conseguir treinar por um tempo com a forte equipe neozelandesa. Conseguiu vaga para o Mundial, mas foi apenas 18º no geral. O que mudou foi a atenção do remo brasileiro ao atleta, que foi, logo após o mundial, visitado pelo presidente da CBR (Confederação Brasileira de Remo), tendo uma promessa de apoio.
 
Agora, espera conseguir o mesmo valor doado pelo suíços novamente, para voltar ao Brasil e conquistar a vaga olímpica na seletiva do Rio, em fevereiro, e em março, no Chile. “Meu pai queria que eu trabalhasse na indústria, minha mãe queria que eu estudasse mais, mas eu dificilmente fiz o que eles esperavam de mim. E duvidaram quando disse que representaria o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio. Eu vou conseguir, vou provar para eles que posso representar meu país na Olimpíada em casa”, garante.
 
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