CBV preocupa duplas com critérios subjetivos para vagas olímpicas

Alison e Bruno Schmidt, já assegurados na Rio 2016 / Foto: Divulgação / FIVB

Rio de Janeiro – A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) gerou certa preocupação nas duplas de praia ao não optar por critérios subjetivos na definição dos atletas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016. 
 
Pela regra da FIVB (Federação Internacional de Vôlei, na tradução livre da sigla em inglês), o Brasil pode levar até duas duplas no feminino e duas no masculino. Larissa/Talita e Alison/Bruno Schmidt já estão garantidos por ranking e resta agora a definição das duas outras duplas brasileiras. 
 
Para isso, a CBV entende que a melhor opção é escolher as principais candidatas a medalhas com base em resultados e outros conceitos subjetivos, tais como experiência, desempenho contra líderes do ranking mundial e planejamento até 2016. Após esse estudo, em janeiro, o órgão deverá anunciar as duplas classificadas. 
 
"Após o evento-teste nós vamos analisar a performance das principais equipes durante o Circuito Mundial. São vários aspectos que nós vamos considerar, como físico, técnico, psicológico e como as nossas duplas se portaram perante adversários que estarão nas Olimpíadas", relatou Fulvio Danilas, diretor de vôlei de praia da CBV, ao UOL Esporte.
 
Os critérios já têm gerado certa preocupação. Isso porque no vôlei de praia masculino, por exemplo, se fosse considerado apenas o ranking e os resultados recentes, a vaga seria quase certa para Evandro/Pedro Solberg. Mas, como a CBV busca “candidatos a medalha”, a dupla Ricardo/Emanuel, campeã olímpica em Atenas-2004 e que retomou a parceria há pouco, tem grandes chances de conseguirem a vaga na Rio 2016.
 
Mesmo tendo receio de falar sobre essa questão abertamente, alguns atletas já saíram em defesa de suas vagas e questionando implicitamente este processo. "Acho que vale a pena ver onde nós começamos e onde terminamos no circuito, e onde eles começaram e terminaram. Ninguém merece mais do que eu e Pedro”, afirmou Evandro. “A gente ficou na frente do Ricardo e do Emanuel em todos os torneios. A gente fez um ano melhor, e os resultados podem falar por si. O esporte é bom por isso", finalizou Solberg.
 
Emanuel, aos 42 anos, é uma lenda viva do vôlei de praia. O atleta esteve presente em todas as edições das Olimpíadas, desde que o esporte foi incluído no calendário olímpico, em Atlanta 1996. De lá pra cá, foram três medalhas olímpicas (além do ouro em Atenas 2004, o jogador tem um bronze de Pequim 2008 e uma prata em Londres 2012).
 
No feminino a escolha também será difícil. Mesmo com melhor desempenho no ranking mundial, a CBV refutou Ágatha/Bárbara (atuais campeãs mundiais) como primeira dupla classificada e indicou Larissa/Talita. Agora, a dupla preterida disputa com Fernanda Berti/Tatiana, vice-campeãs mundiais e com Juliana/Maria Elisa, vencedoras do circuito mundial no ano passado.
 
"Vamos nos debruçar sobre a temporada e anunciar em janeiro com a certeza de que escolheremos as melhores duplas para representar o Brasil. Creio que nossas equipes vão se preparar muito bem para manter a tradição do vôlei de praia de sempre obter medalhas nos Jogos Olímpicos", concluiu Danilas.
 
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