Jogador desabafa sobre Jogos: 'se fosse de outro país teria ido a três'

Pedro e Evandro posam com o título da etapa de Stavanger do Circuito Mundial / Foto: Denis Ferreira Netto / CBV

Rio de Janeiro - Pedro Solberg é um dos atletas mais proeminentes do vôlei de praia mundial e mesmo assim nunca disputou uma edição dos Jogos Olímpicos, fato que lamenta."Eu nunca tive a oportunidade de ir às Olimpíadas. Mas eu tenho a certeza de que se eu fosse de qualquer outro país eu teria ido a três, pelo menos", desabafa.
 
Em 2008, chegou ao topo como o mais jovem campeão do Circuito Mundial da modalidade, com apenas 22 anos, formando dupla com Harley. Mesmo assim, a vaga olímpica de Pequim lhe escapou.
 
"Você conquistar uma vaga olímpica sendo brasileiro já é uma vitória muito grande e, buscar uma medalha depois, uma vitória maior ainda. É uma luta enorme. Uma batalha muito pesada conquistar a vaga. Eu já passei por tudo. Em 2008, era muito garoto e perdi uma vaga que bastava ter ganhado um jogo a mais. Foi por muito pouco", conta, em entrevista ao Globoesporte.com.
 
Em Londres 2012, Solberg acabou envolvido em um polêmico caso de doping, sendo suspenso pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB, na sigla em inglês). Ele havia testado positivo para o esteroide androstane. Na contraprova, porém, viram que a amostra continha irregularidades e o teste deu negativo, comprovando sua inocência. Aí, porém, já era tarde demais. 
 
"Na outra Olimpíada [Londres 2012], sem dúvida, me passaram a perna. Passei por muitas dificuldades, mas que são águas passadas e eu não aguento mais falar. Não importam mais. São cicatrizes que a gente carrega para a vida e faz parte da minha história", lamenta. 
 
Agora, ao lado de Evandro, ele tenta enfim chegar às Olimpíadas, em casa. A situação é boa. Pedro/Evandro ocupam a terceira posição no ranking mundial. Alison/Bruno Schmidt estão no topo. Se os Jogos fossem hoje, é provável que as duas duplas brasileiras garantidas nos Jogos fossem eles. A situação, porém, é um pouco mais complexa, conforme o próprio Pedro conta.
 
"Tudo o que eu mais quero é me classificar, não vai ser mole, e eu vou fazer de tudo para buscar essa vaga. A CBV [Confederação Brasileira de Vôlei] escolhe a outra vaga. Às vezes, as pessoas acham isso confuso, mas a gente sabe que a CBV vai querer o melhor para o país e vai levar quem estiver melhor. Se as Olimpíadas fossem hoje, seria justo que Alison, Bruno, eu e Evandro estivéssemos representando o Brasil. Mas o Ricardo e o Emanuel são uma dupla muito forte também. Eles estão em nono, mas têm totais condições de reverter este quadro. Mas eu e o Evandro vamos nos manter fortes e, independentemente do resultado deles, vamos fazer de tudo para ficar lá no topo", explica.
 
A CBV escolherá as duplas com "mais chances de medalhas", tanto no masculino quanto no feminino. Os escolhidos serão anunciados semanas antes dos Jogos, quando terminarem os compromissos no Circuito Mundial.
 
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