Quem tem que sentir a pressão são os estrangeiros, diz Franco

Franco e Roberto Lopes fizeram jogo comemorativo contra Smith e Stoklos / Foto: Alexandre Arruda / CBV

Rio de Janeiro - O Rio Open abriu espaço, neste sábado (5.09), para um desafio histórico do vôlei de praia. Antes do início das partidas de quartas de final do evento-teste da modalidade, Franco e Roberto Lopes reviveram a parceria que durou 15 anos (1987-2002). 

Eles foram a primeira dupla brasileira a vencer o Circuito Mundial em etapas de Copacabana, quebrando a hegemonia norte-americana em 1994.  Os adversários do jogo comemorativo foram Sinjin Smith e Randy Stoklos, campeões da primeira etapa do Circuito Mundial, em 1987, em Ipanema. Eles também conquistaram títulos em etapas cariocas de 1989, 1990, 1992, já em Copacabana.
 
“Fomos a dupla que mais tempo ficou junto, os primeiros brasileiros a desbancar os americanos, então acho que a história do vôlei de praia brasileiro está diretamente ligada a essa dupla. E a gente voltar no tempo e poder fazer esse jogo para o público foi muito gratificante”, disse Franco.
 
O único set disputado neste sábado foi vencido pelos norte-americanos, mas isso foi apenas detalhe. “Rever esse momento foi ímpar. Depois de 21 anos, nunca pensei que pudesse acontecer. Me emocionou mesmo.  Nós escrevemos nossa história, nosso nome ninguém apaga”, acrescentou Roberto Lopes.
 
Aprendizado em Atlanta - Franco e Roberto Lopes participaram dos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, a edição de estreia do vôlei de praia. Ficaram em nono, mas recordam a experiência com muito carinho e ressaltam a importância de trabalhar o psicológico dos atletas.
 
“Foi fantástico, porque o espírito dos Jogos Olímpicos é diferenciado de qualquer competição. Por isso que só existe de quatro em quatro anos. São vários fatores que te fazem campeão e aqui no Brasil o lado emocional vai pesar ainda mais”, disse Roberto.
 
“Depois de tanto tempo, a gente olha pra trás e vê o que significa uma Olimpíada. É uma coisa especial que mexe com o lado emocional do atleta. São os melhores do mundo. Todos se preparam para ganhar e a maioria não consegue. Eu vejo que, no nosso caso especificamente, em que éramos favoritos, teve muito a ver com o lado emocional. Depois de tanto tempo, e trabalhando hoje na confederação, é exatamente o ponto que quero trabalhar, principalmente pelo fato de jogar uma Olimpíada no Brasil. A gente tem que se preparar para isso”, reforçou Franco, gerente de Seleções de Vôlei de Praia da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
 
Pressão para os outros - De acordo com Franco, o fato de jogar em casa tem que ser transformado em pressão para as duplas estrangeiras, e não para as equipes da casa. “Uma das grandes preocupações é fazer um planejamento para que a pressão seja de quem vai enfrentar o Brasil aqui. As duplas estrangeiras de qualquer nacionalidade é que têm que sentir a pressão de jogar com o melhor vôlei de praia do mundo e na nossa casa”, disse.
 
O trabalho para isso, segundo o dirigente, já está ocorrendo no dia a dia dos atletas, especialmente na busca pelas duas vagas olímpicas em cada gênero. Uma já está definida: Alison/Bruno, no masculino, e Larissa/Talita, no feminino. 
 
“Essa corrida já proporcionou essa pressão. É intencional. Pressão não se treina, você vivencia. E eles ainda estão pressionados porque falta a decisão da segunda dupla. O que a gente quer é que eles vivam muito isso (situações de pressão), como no Mundial. Alison/Bruno e Agatha/Bárbara foram pressionados na final, ainda mais os meninos que jogaram contra os holandeses na casa deles  e isso tudo foi experiência”.
 
Boas energias para que os atletas do vôlei de praia brasileiro terminem 2016 com medalhas no peito não faltam. “Eu sou fã, estou muito otimista. Vai ser um sucesso. E estou torcendo pro Bruninho Schmidt, para dar continuidade aos baixinhos no vôlei de praia”, disse Roberto Lopes, que tem os mesmos 1m85 do parceiro de Alison. O Rio Open termina neste domingo (06.09).
 
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